A Escola Municipal Maria Bernabé Lyra, no Conjunto Alexandre Urbanas, região leste de Londrina, inicou nesta semana uma campanha intitulada "Palavras que abraçam", para arrecadar livros e materiais didáticos para a Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alvez, que fica em São Leopoldo (RS) e foi devastada pelas enchentes.
Com a tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul, várias iniciativas estão sendo montadas para arrecadar doações, assim, com essa ação, a escola tem o objetivo de colaborar para que a biblioteca afetada pelo impacto das chuvas em São Leopoldo seja reconstruída.
Os educadores da escola londrinense estão repassando livros e outros itens aos professores de lá, enquanto as crianças vêm arrecadando livros de literatura infantojuvenil, contos, gibis, revistas e outros materiais que possam ajudar os alunos da instituição sul-rio-grandense.
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Cerca de 35 professores e quase 400 alunos, de turmas do P4 ao 5º ano, estão participando das ações, juntamente com a equipe gestora e outros colaboradores. Além disso, os alunos do 1° ao 5° ano também estão escrevendo cartinhas que serão entregues aos estudantes e professores de São Leopoldo no retorno das aula presenciais.
Em agradecimento, as crianças da Escola Castro Alves também enviaram fotos aos alunos da unidade de Londrina, que, por sua vez, irão complementar a campanha com doações de brinquedos. Um vídeo também foi produzido pela escola de Londrina, enviado hoje (29), e também publicado em sua página no Instagram. As crianças gaúchas também farão um vídeo, assim que retornarem às aulas presenciais.
As arrecadações dos donativos serão feitas pela escola até o dia 15 de junho, com cinco pontos de coleta na unidade, além de outros locais descentralizados para doações, como igrejas do bairro. A escola fica localizada na rua Maria Abucarub Autoun, 87.
A diretora da Escola Municipal Maria Shirley Barnabé Lyra, Neia Barreto, disse que a iniciativa é uma forma de motivar a instituição gaúcha e auxiliá-la a retomar suas atividades, assim que possível. Ainda, explica que tanto as doações dos materiais quanto as cartas são um gesto de carinho e amor, o que dá o nome da campanha.
“A diretora da Escola Municipal Castro Alves ficou muito grata com a ajuda e atenção dada por nós e se emocionou com o contato e a campanha. Ela disse que, assim que as aulas presenciais forem retomadas, fará um trabalho com turmas dela para que respondam as cartinhas e troquem vivências”, contou.
Barreto relatou também que as crianças ficaram super felizes em poder contribuir com essa causa. “Ontem mesmo, recebemos uma coleção inteira e nova do Diário de um Banana, e a criança que doou disse que é ‘para as crianças de lá ficarem felizes’, o que nos alegra bastante. Em poucos dias já conseguimos arrecadar muitos materiais”, detalhou.
Os trabalhos em sala de aula, abordando a tragédia no Rio Grande do Sul, segundo a diretora, começaram com rodas de conversa para que os alunos entendessem o contexto, pudessem tirar dúvidas a respeito e dialogar.
“Por isso, professores sugeriram trabalhar de forma mais ampla o tema e, daí, nasceu a ideia de uma campanha solidária engajando toda a comunidade escolar para que a biblioteca deles possa ser reconstruída”, contextualizou Barreto.
Para Hylcéya Ferreira Palma, gerente regional centro/leste da Diretoria Administrativa e de Planejamento, que compõe a Secretaria Municipal de Educação de Londrina, mobilizar as crianças e a comunidade em prol de uma causa tão importante desenvolve nelas a solidariedade e a capacidade de se colocar no lugar do outro.
“Além de levar uma mensagem de apoio às pessoas do Rio Grande do Sul que estão passando por um momento difícil, a escola também trabalha com gêneros textuais, como a carta, por exemplo, que fazem parte do currículo. A campanha começou agora, mas a escola já percebeu um grande engajamento”, afirmou.