Foi durante um desabafo, no velório do colega Francisco Gonçalves Filho, executado com 19 tiros na última terça-feira, que um agente penitenciário comentou com a reportagem da FOLHA DE LONDRINA que a rotina dentro da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) está cada vez mais complicada.
Segundo ele, além das revistas nas celas já não serem mais realizadas com a mesma ''eficiência'' de antes, apreensões de celulares e drogas estariam se tornando ''comuns'' dentro da unidade. Para o funcionário, que preferiu não se identificar, os problemas começaram a surgir, principalmente, depois que a PEL passou a receber os presos provisórios que antes estavam nos Distritos Policiais. Segundo os agentes, eles são mais ''agressivos'' e ''arredios'' do que os detentos condenados.
O comentário sobre as apreensões foi confirmado pelo diretor da PEL, capitão Diógenes Gonçalves. Segundo ele, em 2007 foram apreendidos 14 celulares; só este ano dois aparelhos já foram localizados dentro da unidade, além de dois chips -um estragado e um em funcionamento - que foram encontrados na semana passada.
''Encaminhamos os aparelhos e os chips para a Promotoria de Investigação Criminal (PIC), que vai avaliar se estava havendo algum tipo de comunicação com o exterior e a procedência dos aparelhos'', disse. Segundo o diretor, ainda não se sabe como os objetos entraram nem a quem pertenciam. Um deles foi encontrado no esgoto e o outro, abandonado num dos corredores.
Drogas, principalmente maconha, também têm sido encontradas com mais frequência. O diretor explicou que tanto as drogas como os celulares entram no sistema prisional por três vias: visitas íntimas, corrupção de funcionários ou advogados.
Em outubro do ano passado, um agente penitenciário foi preso dentro da unidade com uma mochila onde havia droga, telefone celular, carregador e medicamentos usados como estimulantes sexuais.
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