O Participa Londrina realizou no último sábado (25), no Colégio Aplicação, uma reunião de mobilização social para revisão do plano diretor de Londrina. De acordo com o advogado e professor de Direito da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Miguel Etinger de Araújo Júnior, o plano diretor determina a direção que uma cidade quer tomar, a qual deve ser determinada pela população.
"O plano diretor é um acordo entre os moradores da cidade e dos investidores também, para ver onde o município quer ir", destacou. Segundo ele, por meio do debate, a população pode elencar os problemas da cidade e o que precisa ser feito para melhorá-los.
Etinger destacou que a revisão anterior do Plano Diretor, que deveria ter sido feita em 2008, só foi encerrada na legislatura 2013-2016 e suscitou debates acalorados. "O Plano Diretor é uma lei que precisa ser revista de dez em dez anos e a próxima deve ser feita em 2018. Não é um trabalho fácil. É difícil. Vai no mínimo um ano de discussão", afirmou.
Um dos desafios do grupo é conseguir mobilizar a população a participar das discussões. O arquiteto Gilson Bergoc ressaltou a importância da participação popular. "Eu diria, sem medo de errar, que as grandes transformações ocorreram a partir da participação da população. Não foi um político." Ele explica que se somente algumas pessoas participarem do debate, elas acabam privilegiando seus imóveis e, consequentemente, isso faz com que faltem recursos para melhorias em outros locais da cidade que requerem mais atenção.
Um exemplo disso foi exposto pela ex-vereadora Elza Correia, que afirmou que a Câmara Municipal de Londrina, através de pressão de alguns setores da sociedade, vem deformando o Plano Diretor. "Recentemente passou um projeto imoral na minha avaliação, o projeto 40, que permite a construção de casas às margens do Lago Igapó. Tentamos segurar, teve parecer contrário da Sema e da procuradoria jurídica e nada foi respeitado. Passou e foi sancionado pelo atual prefeito", criticou.
A vice-presidente do Conselho Municipal de Transparência e Controle Social de Londrina, vice-secretária do Conselho Local de Saúde do Jardim Leonor e secretária do Conselho Regional de Saúde da Região Oeste, Francesca Amaral, enalteceu que o Participa Londrina não é um movimento partidário. "É um movimento de pessoas interessadas nas mudanças da cidade, no planejamento urbano, na saúde e no meio ambiente. Queremos motivar as pessoas a debater o Plano Diretor nas audiências públicas, porque percebemos que em algumas audiências públicas a comunidade não está inserida na discussão."
A próxima reunião será realizada no dia 29 de abril, das 15h às 17h, e terá como temas principais a participação popular e a mobilidade urbana. Mais informações podem ser obtidas pela página no Facebook: https://www.facebook.com/ParticipaLondrina.