A Coordenadora do Patrimônio Cultural do Paraná, Rosina Coeli Alice Parchen, afirmou nesta segunda-feira (27) que, tão logo seja concluída a perícia do Teatro Ouro Verde, será necessário elaborar um projeto completo de recuperação, respeitando o uso adequado do espaço, novas tecnologias disponíveis e a magnitude do projeto arquitetônico assinado pelo arquiteto Villanova Artigas, tombado pelo Patrimônio Estadual em 1999.
Acompanhada por uma comissão técnica do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e representantes da UEL, a Coordenadora visitou o Teatro à tarde para conferir as primeiras ações de remoção da cobertura. A retirada deste material é necessária para o acesso seguro por parte dos peritos do Instituto de Criminalística de Londrina (ICL).
Segundo Rosina, em que tese o que foi provocado pelas chamas, no último dia 12 de fevereiro, existem elementos que ficaram intactos, como luminárias, parapeitos, balcões e parte da construção em alvenaria.
Ela informou que, como trata-se de um elemento tombado, a reconstrução implica em manter todas as características originais do espaço interno e da parte exterior, que inclusive acabou resistindo ao fogo. Segundo ela, a partir de agora todas as etapas de reconstrução e recuperação terá acompanhamento por parte da Coordenadoria do Patrimônio Cultural. "O pressuposto é a consolidação, nunca a destruição", definiu Rosina, sobre o projeto arquitetônico que deverá ser elaborado.
O Superintendente do IPHAN no Paraná, José Lopostina Filho, informou que o processo de tombamento nacional do Ouro Verde estava em fase final. Mesmo com a destruição de parte do prédio, o processo continua tramitando junto ao Ministério da Cultura, uma vez que trata-se de uma obra arquitetônica importante.
Ele informou ainda que, considerando que a cobertura do teatro foi toda atingida, será preciso providenciar uma nova proteção. O objetivo é evitar a destruição pela ação do tempo. Segundo ele, nestes casos, é fundamental que a cobertura tenha captação e destinação correta da água da chuva.
A vice-reitora da UEL, Berenice Jordão, explicou que a retirada do material destruído pelo incêndio será feito por uma empresa especializada, o que vai exigir nova licitação. Por enquanto a Universidade apenas contratou uma empresa de engenharia para a remoção do telhado do teatro.
Sobre os recursos necessários para a recuperação do Ouro Verde, a vice-reitora afirmou que a Universidade pretende bater em todas as portas. Outra alternativa é aproveitar a sensibilização da sociedade para dar oportunidade para que os cidadãos participem do projeto de reconstrução do teatro. "Pretendemos buscar todas os mecanismos e fontes de recursos possíveis", afirmou a vice-reitora.