Embora o governo tenha tomado medidas para reduzir o número de acidentes por explosão de álcool, determinando a redução da graduação alcoólica e a obrigação da venda de álcool em gel, muitas pessoas ainda continuam se arriscando e causando acidentes.
Segundo a cirurgiã plástica da equipe do Centro de Tratamento de Queimados de Londrina, Xênia Tavares e Silva, entre os adultos atendidos no CTQ, 34% sofreram queimaduras com inflamáveis, a grande maioria com etanol adquirido em postos de combustíveis.
As queimaduras estão entre as principais causas externas de morte registradas no Brasil, demonstrando uma taxa de mortalidade de 62% entre os pacientes com queimadura internados em hospital de emergência, segundo pesquisa publicada nos Anais Brasileiros de Dermatologia, em 2005.
Em Londrina, dos 253 casos atendidos pelo CTQ em 2014, 94 foram de crianças com média de idade 3,5 anos. A média de idade dos adultos é de 38 anos. Em 2015, dos 262 casos atendidos, 67 eram de crianças (média de 4 anos). Os demais foram pacientes com 39 anos de média de idade.
No Brasil, 5% dos acidentes de queimadura são causados por líquido aquecido e atingem, principalmente, a faixa etária de um a cinco anos, segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras. De acordo com Xênia, o percentual de crianças atingidas na região de Londrina é alto.
"As crianças pequenas ainda não possuem um senso de preservação. A queimadura mais frequente é o escaldo e representa cerca de 78,7% dos acidentes", explica. Segundo ela, eventualmente as crianças se queimam também quando alguém está acendendo uma churrasqueira. "E infelizmente há registros de queimaduras por violência doméstica também", aponta.
Leia mais sobre o assunto na edição desta terça da Folha de Londrina.