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Mais de 20 mil pessoas estiveram nesta quarta-feira no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nova (área central de Londrina), para participar das atividades da 19ª Festa da Padroeira. Durante todo o dia foram celebradas missas e devotos de Londrina e de outras cidades da região enfrentaram o calor e lotaram a Casa da Mãe Aparecida para louvar a santa e renovar a devoção à mãe de Jesus Cristo. A primeira missa aconteceu às 5 horas e foi presidida pelo vigário do Santuário, padre Carlos Shimura.
A paróquia recebeu o título de Santuário em 1997 pelo então Arcebispo Dom Albano Cavallin e desde então atrai milhares de fiéis que não podem ir ao Santuário em Aparecida do Norte (SP), mas fazem questão de prestar homenagens à Nossa Senhora no dia 12 de outubro. Na cidade de Aparecida eram aguardados, ontem, 160 mil pessoas. "Tudo o que peço à Nossa Senhora eu recebo. A vida toda tenho fé na santa e já alcancei muitas graças. A última grande graça foi no ano passado, quando por intercessão de Nossa Senhora consegui reencontrar meu filho que há oito anos estava desaparecido", conta a aposentada Ana Joaquina da Silva, que rezava, em agradecimento, diante da imagem da santa.
A autônoma Karina Rizzo participou da missa das 9 horas para testemunhar a graça alcançada em favor da filha Chloe, de 3 anos de idade. Karina já era mãe de Cauê, então com 8 anos, quando engravidou de gêmeos, mas perdeu um dos bebês durante a gestação e descobriu que a filha teria lábio leporino. Ao nascer, os médicos constataram que além do lábio leporino a menina também apresentava fissura palatina, sopro cardíaco, problemas renais e um grave refluxo que a impedia de se alimentar. Sem que a medicina conseguisse apontar a causa do refluxo, Karina decidiu entregar a saúde da filha à Nossa Senhora Aparecida e obteve a cura.
Em agradecimento, todos os anos ela veste a filha de anjo e participa das celebrações do Dia da Padroeira no Santuário na Vila Nova. Após o testemunho, foi feita a entronização da imagem de Nossa Senhora, conduzida pela família de Karina. "A emoção que sinto neste momento eu não consigo explicar. É como se sentisse a presença de Maria aqui", disse ela. "A Karina sempre foi mais devota e eu sigo o que ela faz. É Nossa Senhora quem sempre nos guia nas dificuldades. Nos momentos difíceis não adianta a gente se desesperar, tem que ter fé", ensina o marido de Karina, Giliarde.
"Maria é importante para nós, católicos, porque ela foi a mãe de Jesus, o nosso salvador. Maria foi obediente à vontade do Senhor. Certamente muitas coisas ela não entendeu, mas aceitou. Então, Maria é para nós um exemplo e uma inspiração para a gente viver nossa fé na aceitação, na obediência, na fidelidade a todas as circunstâncias e na acolhida a Jesus, porque ela acolheu Jesus como mãe e nós também podemos acolhê-lo", ressaltou o padre Romão, que presidiu a missa das 10h30.
"Para nós esse é um momento único no ano. É o dia em que os fiéis vêm agradecer a Deus por intermédio da mãe de Jesus Cristo. Nós percebemos que desde o momento da anunciação, mudou a história da humanidade, que se divide em antes e depois de Cristo. Maria disse o sim e esse sim de Maria, além de nós vermos como gratidão, vemos também como modelo a ser seguido", destacou o padre Vandemir Araújo, responsável pelo Santuário.
Às 15 horas, durante a missa celebrada pelo arcebispo de Londrina, Dom Orlando Brandes, foi feita a abertura do Ano Nacional Mariano em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no Rio Paraíba do Sul, ocorrida em 1717.
As festividades em torno do Ano Mariano, decretado pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), começaram em 12 de outubro de 2016 e prosseguem até 11 de outubro de 2017. Desde 2014 todas as dioceses do Brasil se preparam para o tricentenário de Nossa Senhora Aparecida, recebendo a imagem peregrina da santa. Na arquidiocese de Londrina, a imagem percorre as paróquias desde janeiro passado.