Londrina

Mulher de Londrina cai em 'golpe do amor' achando que ajudava Roberto Carlos

22 out 2024 às 13:33

A Delegacia de Estelionatos de Londrina investiga uma denúncia em que uma moradora da cidade teria sido vítima do chamado "golpe do amor", crime em que o golpista utilizada de identidade falsa para atrair a pessoa e envolvê-la emocionalmente, quando aproveita para pedir dinheiro. Só que neste caso, o estelionatário se passou pelo cantor Roberto Carlos, que tem 83 anos, deixando uma fã londrinense no prejuízo.


O valor exato que foi perdido ainda está sendo verificado, porém, a polícia já sabe que se trata de um montante financeiro volumoso. Toda a conversa entre a vítima e o falso Roberto Carlos foi pelas redes sociais. "Segundo a vítima, ela é muito fã dele e esse golpista tinha uma página semelhante. Se passando pelo cantor, o criminoso alegou que estava com a conta bloqueada, que hackers tinham invadido a conta dele e aí ficou descapitalizado por um tempo. Ele pediu uma ajuda para essa fã", narrou o delegado Edgard Soriani.


A vítima teria feito várias transferência bancárias e até empréstimos pessoais acreditando que estava mandando o dinheiro para o ídolo e um dos mais famosos cantores brasileros. "Com isso desestruturou toda a família. Quando realmente descobriu o golpe, o buraco já 'estava grande', ela já tinha acabado com as economias da família", destacou.


Até promessa de uma viagem no cruzeiro do Roberto Carlos o golpista fez para convencer a mulher a ajudá-lo. "Eu até falei para ela: mas você acha que o rei Roberto Carlos não teria condições? Ela falou que a conversa foi tão boa, tão enganosa, que ele disse que ia restituir na sequência. Foi fazendo essa ilusão e, infelizmente, houve um prejuízo considerável para essa vítima", pontuou.


Quebras bancárias


O inquérito segue aberto, com a Polícia Civil ainda dependendo da quebra do sigilo bancário de contas que teriam sido beneficiadas. A apuração é considerada complexa. "O dinheiro vai para uma conta, tem que pedir a quebra. A solicitação vai para o juiz, vai para o promotor, depois volta, o banco tem que responder em tempo hábil. Uma quebra demora de quatro a cinco meses. Esse dinheiro é retransmitido e tem que pedir novas quebras. São vários anos de investigação para chegar em um resultado útil. A Justiça é boa, mas nesse ponto específico é muito morosa", classificou.


Alerta


O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 mostrou que no Brasil, uma pessoa é vítima de um estelionato a cada 16 segundos. No Paraná foram 7.029 registros de golpes por meio eletrônico em 2023, aumento de 22,5% em relação ao ano anterior.


"Fica o alerta, não só para esse golpe do amor, mas também para outros. Depois que o dinheiro sai da nossa esfera de vigilância ou ele é retransferido ele não é mais recuperado. Geralmente são 'laranjas' que recebem o dinheiro na conta, depois repassam para terceiros. Mas o dinheiro em si é gasto, não volta mais. Os criminosos que dão esse golpe recebem, por exemplo, R$ 100 mil e pulverizam, gastam, vão em festas, eles não compram bens e, se compram, não estão em seus nomes", advertiu.


Continue lendo na Folha de Londrina:

Continue lendo