Londrina

Lista reúne 90 formas de amor por Londrina no aniversário do município

10 dez 2024 às 09:56

Cidade da memória


A Colônia Internacional dos primeiros anos se abrasileirou profundamente e as misturas de DNA criaram algo totalmente novo. Esta história que a cidade nos conta nas ruas, praças, prédios e museus interessa ao país como exemplo de convivência, pluralidade e ousadia.


1 - Defender a preservação das casas de madeira


Uma cidade que surge numa floresta com abundância de madeira-de-lei estava fadada a ignorar o cimento e o concreto para se abrigar. Então, as pequenas, médias e grandes acomodações dos primeiros tempos eram feitas, sobretudo, por tábuas de peroba-rosa, formando um sotaque arquitetônico tão característico quanto o solo vermelho. Os bairros mais antigos ainda preservam milhares de exemplares destas construções, preciosidades que exigem afeto por esta terra para permanecerem na paisagem.


2 - Andar sobre as pedras portuguesas do Calçadão


A mistura de fragmentos brancos e pretos formando elos chegou a cobrir cinco quarteirões da rainha das vias da cidade, a Avenida Paraná. É protagonista na segunda metade da história de independência política de Londrina. A primeira via exclusiva de pedestre do interior do Brasil, idealizada por Jaime Lerner e cenário de tanta coisa da vida pública e da vida particular de cada morador ou visitante, é emoção a cada passo.


3 - Descobrir segredos na visita ao Museu Histórico


Não subestime a experiência de percorrer o acervo do Museu Histórico, que ocupa a antiga estação ferroviária, construção imponente que guarda as razões e as emoções da cidade. A beleza mora nos detalhes e por mais que você saiba as linhas gerais da história, alguma coisa vai ser surpreendente e arrebatadora a ponto de você assinar qualquer abaixo-assinado para que este lugar se torne subitamente eterno.


4 - Perder-se no requinte dos corredores do Autolon


A Londrina moderna que surgiu com a genialidade dos traços de Vilanova Artigas inaugurou o ciclo de suspiros por Londrina. O entorno de cafezais carregados havia se convertido numa cidade de vanguarda e ambiciosa. O belo caixotão envidraçado de planta livre sustentado por pilotis e se projetando sobre a calçada jogou o sarrafo bem alto para as futuras construções no coração da cidade. Mas é caminhando nos seus corredores discretamente classudos e bem iluminados é que se dá a magia própria de viajar pelo tempo.


5 - Perdoar a imprecisão dos ponteiros do Relojão


Ponteiros de quatro metros de comprimento se movimentando em mais de 42 metros quadrados de área. É o Relojão que se equilibra na cabeça do Edifício América, construção de 17 andares que foi o epicentro da comercialização do café nos anos dourados. Ex-ponto culminante da área urbana, o mais querido dos marcadores do tempo, às vezes falha, seus impulsos elétricos se perdem, o mecanismo para e pede ajuda. É tudo do jogo da vida, uma metáfora das oscilações de funcionalidade que Londrina experimentou nestes últimos 64 anos.


6 - Calcular a idade do letreiro do prédio dos Correios


O art déco certeiro da fachada tem letreiros em concreto que congelam o bom gosto de 1949. Era uma janela para o mundo naquele pós-guerra feito de projetos e otimismo. Dali, com mal traçadas linhas, envelopes e selos, a cidade dos forasteiros dava notícias para o resto do Brasil. A palavra “telegrafos” sem acento é licença poética, até porque muitos negócios fechados foram informados por telegramas que também tinham sua gramática singular.


7 - Lembrar que a piscina do chafariz da Rocha Pombo era tomada por carpas


Um Brasil tomado por crianças, uma cidade que não parava de crescer, com famílias inteiras chegando para ganhar dinheiro e ser feliz. A praça em frente à rodoviária já era um bom cartão de visitas para quem chegava na Capital Mundial do Café e os peixes coloridos do chafariz anunciavam que a vida ia, sim, melhorar. Depois que a euforia passou, a Rocha Pombo virou um ponto de encontros de adultos, por vezes nada amadores.


8 - Jamais duvidar do eterno equilíbrio da estátua de Mercúrio


A ACIL teve um prédio marcante no mesmo lugar onde hoje está o Palácio do Comércio, erguido em meados dos anos 1970. O edifício original, de 1942, era conhecido nas décadas seguintes pela estátua de Mercúrio (o Deus do Comércio) no seu topo. Obra em bronze sobre base de granito de um artista desconhecido de São Paulo, com altura de mais de 2,80, com um dos braços apontando para cima. Está hoje no jardim térreo do prédio novo. Mas se tiver curiosidade, pesquise sobre sua vida, muito ativa para uma estátua.


9 - Confessar que já lavou o carro na barragem do Igapó


Nada mais anos 1980 em Londrina do que aproveitar a água que extravasava da barragem do Igapó para dar um trato no possante. Os experientes estão aí para confessar como passavam horas inusitadas vividas num Igapó sem vista, mas providencialmente refrescante no calor típico das tardes do Norte do Paraná. Um dos símbolos da abundância dos recursos hídricos de uma cidade que pouco conhece da sua sofisticada teia de cursos d'água.


10 - Explicar como uma delegacia se tornou um memorial da saga cafeeira


Desde 2023, quem passa pela movimentada Leste-Oeste, principalmente à noite, pode apreciar o charme de um letreiro em aço ferrugem. Sob a palavra Sesc, a luz ilumina a inscrição Museu do Café. Na ala que se comunica com os últimos metros da Rua Sergipe do velho edifício - antes destinado à burocracia da segurança pública, há um trampolim imaginário que projeta o visitante para um universo temático, um convite às descobertas desta relação tão especial da cidade com o arbusto africano de frutos vermelhos.


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