O secretário de Fazenda, Lindomar dos Santos, prestou um longo depoimento na manhã desta sexta-feira (31) ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga fraudes em licitações no esquema de fornecimento de uniformes escolares para Prefeitura de Londrina.
Lindomar, que também fez parte do secretariado do ex-prefeito Barbosa Neto (PDT), chegou ao local às 11h. Após o termino da oitiva, por volta das 13h10, o secretário de Fazenda negou que recebeu propina, conforme acusação da ex-secretária de Educação, Karin Sabec.
Em entrevista coletiva, concedida no período da tarde no gabinete do prefeito José Joaquim Ribeiro (PSC), Lindomar disse que no depoimento Karin afirma que "ouviu falar" que R$ 150 mil seriam pagos à Secretária de Fazenda, versão que foi rebatida por Lindomar. "Na verdade foi o inverso. A secretaria segurou o pagamento para verificar a qualidade dos produtos", lembrou.
Ele recordou que o pedido de compra retornou para as secretarias de origem que convalidaram e reafirmaram a qualidade e quantidade dos kits, o que embasou a liberação de recursos para pagamento das empresas. "Fizemos a nossa parte que é devolver o processo para as Secretarias de origens (Educação e Gestão Pública), para que se manifestassem acerca dos problemas. Quando as secretarias convalidaram o processo, nós liberamos o pagamento", disse.
Segundo o secretário de Fazenda, o empresário José Lemes foi até a prefeitura por 15 vezes por causa da negativa de pagamentos. De acordo com ele, o encontro foi de portar abertas com a presença de outro funcionário da pasta. Lindomar ainda garantiu a abertura de sigilo telefônico, bancário e fiscal se solicitado pela investigação.
Além do secretário de Fazenda, os advogados Sebastião Ferreira e Ingridy Borges, que representam empresários investigados, também prestaram depoimento no Ministério Público (MP). Eles foram acompanhados por integrantes da OAB-Londrina. O presidente da entidade, Elizandro Pellin, afirmou que os advogados compareceram como "declarantes" no processo e ressaltou que os dois não são testemunhas ou investigados.
Depoimento nesta tarde
O ex-secretário de Gestão Pública, Fábio Reali, chegou ao Ministério Público (MP) aproximadamente às 15h45. Antes de iniciar a oitiva, Reali disse à imprensa que vai apresentar ao Gaeco documentos que comprovam que ao ser comunicado das suspeitas de irregularidades pela Controladoria, ele suspendeu os pagamentos das empresas envolvidas no fornecimento dos kits escolares.
Reali afirmou que não conhece os empresários investigados. Além disso, ele revelou que se encontrou em um gabinete da secretaria com a advogada Ingridy Borges, que fez uma "cobrança profissional" pela liberação dos recursos suspensos.
O ex-secretário foi afastado pela Justiça do cargo de técnico de gestão na última terça-feira (31), quando três empresários foram presos. (Colaborou o repórter da Folha de Londrina, Edson Ferreira)
(Atualizada às 16h44)