O julgamento dos réus Eduardo Seidi e Terezinha de Jesus Guinaia, pai e avó paterna de Eduardo Shigematsu, foi marcado para o dia 7 de março de 2024, em Londrina, após pedido de desaforamento do caso. A menina de 11 anos foi encontrada enterrada no fundo do imóvel da família em abril de 2019 em Rolândia, quatro dias após ter sido vista pela última vez.
Seidi é acusado de homicídio qualificado, tendo como qualificadores a asfixia, o recurso que dificultou a defesa da vítima e por ter sido praticado contra uma mulher em razão da condição de mulher. Além disso, ele também foi indiciado por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Já Guinaia é acusada pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O julgamento já foi adiado pelo menos três vezes.
Tanto Seidi quanto Guinaia foram presos no dia 30 de abril de 2019. Enquanto Seidi permanece preso na PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina), Guinaia foi solta cerca de dois meses depois do crime.
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Na decisão assinada pelo juiz Paulo César Roldão, o julgamento está marcado para acontecer no dia 7 de março, às 9h, e vai ser transmitido pelo canal do Youtube do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná); já os jurados que vão compor a banca serão sorteados no dia 2 de fevereiro de 2024, às 15h.
Douglas Rocha, um dos advogados de Seidi, pontua que o pedido de desaforamento protocolado em junho pela defesa para que o julgamento não fosse realizado em Rolândia também vale para Londrina, já que as cidades são muito próximas, a cerca de 25 quilômetros de distância. A justificativa para o pedido se daria pelo fato de que o caso provocou grande comoção em toda a região e que a casa de Seidi foi invadida e depredada. Além disso, segundo ele, ameaças foram publicadas em redes sociais direcionadas aos réus e aos advogados, sendo que parte das ofensas teria sido feita por pessoas que estavam na lista de possíveis jurados do caso, o que poderia comprometer a imparcialidade do julgamento.
Por conta disso, o advogado de defesa disse que já fez um novo pedido ao TJPR para que uma nova comarca seja escolhida para sediar o julgamento, mas ainda aguarda o parecer favorável ou não. “Como o acusado permanece preso, tem a sua liberdade segregada, a gente espera que o julgamento seja realizado o mais rápido possível. A interposição de um novo recurso com certeza acarretaria em mais demora e mais prejuízo para o acusado”, explica. Rocha pontua que a comarca de Curitiba ou de cidades próximas da capital poderiam receber o julgamento.
Hugo Esteves, assistente de acusação que representa a mãe da vítima, Jéssica Pires de Souza, disse que recebeu com alívio a notícia de que, finalmente, o local e a data do júri foram definidos após diversas prorrogações por conta de recursos protocolados pela defesa. Ele disse que a comarca escolhida para o julgamento não faz diferença e o que a assistência de acusação quer é que o júri seja realizado o mais breve possível. Sobre a possibilidade de que a defesa interponha um novo recurso, Esteves disse entender como uma nota tentativa de protelar o julgamento “que já foi adiado tantas vezes”.