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Emoções positivas

Interação entre pacientes e animais favorece tratamento médico

Simoni Saris - Grupo Folha
15 nov 2016 às 09:33

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"Eu achei muito legal ter os cães aqui. Pude brincar e dar ração a eles", disse Eduarda, que está internada no HU - Gustavo Carneiro
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Na literatura médica diversas pesquisas comprovam os benefícios da interação entre pacientes internados em hospitais e animais. A primeira experiência desse tipo de que se tem notícia aconteceu na Inglaterra, em 1792, em um centro de tratamento de pessoas com transtornos mentais. No Brasil, a Terapia Assistida por Animais (TAA) ainda é pouco difundida, mas a precursora no uso dessa técnica foi a médica psiquiátrica Nise da Silveira, que realizou diversos trabalhos com pacientes esquizofrênicos no início da década de 1950.

A TAA contribui para a humanização do ambiente hospitalar, tema tão discutido na atualidade. Nesse modelo de terapia, o animal é considerado parte do tratamento, proporcionando momentos de descontração aos pacientes e colaborando para a redução do estresse e para a melhora da resposta ao tratamento.

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Em Londrina, três iniciativas do tipo foram implantadas recentemente em dois hospitais e um lar para acolhimento de idosos. A mais recente foi iniciada neste sábado (12), no Hospital Universitário (HU). O Programa de Terapia Assistida por Animais é desenvolvido em parceria com a GoldenContro, associação que reúne tutores de cães da raça golden retriever. "Ter os cães no hospital traz alegria para o paciente, que têm a oportunidade de interagir com os animais e trocar uma energia positiva", disse Dagmar Vituri, uma das enfermeiras do programa.

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No HU, a TAA acontece uma vez por semana e a duração varia de 40 minutos a uma hora. "O animal traz emoções positivas para qualquer pessoa e também para o paciente, que está fora de sua rotina", atestou a enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HU e integrante do TAA, Reata Aparecida Belei, contrariando quem afirma que hospital não é lugar de animais. "É claro que tem um protocolo a ser seguido. Não pode ser qualquer cachorro. Ele tem de ser saudável, não poder ter qualquer parasita e o animal passa por um banho especial antes de vir ao hospital. Os pacientes também higienizam as mãos com álcool em gel, mas se estiverem muito debilitados, não podem entrar em contato com o cão", explicou Renata.

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BOA AÇÃO
Para a primeira visita aos pacientes do HU foram escalados Zara e Shadow, dois golden retrievers que têm em comum a facilidade de socialização e o temperamento dócil. A pequena Eduarda, de 6 anos, adorou receber a visita dos cães e se divertiu oferecendo ração à Zara. Há quase uma semana internada no HU, onde passou por uma cirurgia de apêndice, a menina estava triste e cansada da rotina hospitalar. Ao lado dos cães, ela não parava de sorrir. "Eu achei muito legal ter os cães aqui. Pude brincar e dar ração a eles", comentou. "Ela estava meio triste e vi que ficou bem contente em ter os cães aqui. Nós tínhamos um cachorro, mas desde que nos mudamos para um apartamento não tive mais animais. Acho que vou arranjar um cachorro pequenininho para a Eduarda", disse a mãe, Vanessa Aparecida de Freitas.


"Essa iniciativa é fantástica até porque a Zara é muito tranquila e acostumada com crianças. Ela gosta muito de carinho e para o cachorro esse é um passeio diferente. Dá pra notar que ela ficou contente", disse Carolina Thomaz de Aquino, tutora da cadela de 2 anos de idade.
Além do HU, os cães associados à GoldenContro também participam de projetos semelhantes no Hospital Infantil e na ONG Viver, que apoia pacientes em tratamento contra o câncer.

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Segundo Fábio Furlan, presidente da associação e tutor de Shadow, de 3 anos, o contato com o animal tem efeito imediato no comportamento das crianças. "Os cães ajudam a tirar a ansiedade do acompanhante em relação ao tratamento e, para a criança, reduz o estresse e acelera a recuperação. Isso é visível. E para o cachorro também percebo que ele entende que fez uma boa ação", ressaltou Furlan.


A GoldenContro tenta agora aumentar o número de associados para poder ampliar a participação em TAAs. Para integrar o programa, os cães passam por uma triagem de comportamento. Ao ter a orelha e a cauda puxadas e ser abraçado, o animal deve ficar indiferente ou agir com submissão. "Se ele não se incomodar com esse contato, ele é considerado um animal tranquilo e pode participar das visitas aos pacientes", afirmou Furlan.

Leia mais na edição desta terça-feira da Folha de Londrina.


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