A cratera que colocou em risco os moradores do Jardim Santa Rita, na região da nascente do ribeirão Quati, foi parcialmente coberta após uma medida emergencial. A situação atual é mais segura, porém insuficiente para a solução das erosões no local.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, existe um projeto (ainda sem data para ser executado) para recomposição de rede de galerias pluviais, que está em processo de licitação, que prevê solução definitiva para o problema. Pelo projeto, além da recomposição da rede de galerias pluviais, será realizado a obra de contenção no remanescente do lote 342 da Gleba Jacutinga, Jardim Leonor (bairro vizinho).
"Essa obra é para a execução deste projeto. O processo de licitação está caminhando. Está com pedido de recurso pendente de análise junto à Secretaria de Obras. Temos que aguardar a finalização do processo licitatório, para a expedição de Ordem de Serviço para o início da obra. Aquilo (cobertura parcial da cratera) foi uma solução emergencial, uma medida paliativa. A solução adequada ocorrerá com a execução dessa obra", explicou o secretário municipal de Obras, João Verçosa.
Segundo o líder comunitário do Jardim Santa Rita, Paulo Rodrigues, com as fortes chuvas a terra e as pedras usadas para conter a cratera são removidas. "Há pelos menos quatro meses a obra está paralisada. Ninguém aparece da Prefeitura por aqui", diz ele, que teme que a área seja ainda mais destruída.
"Aqui existe a nascente do ribeirão Quati, espaço que exige muita atenção para evitar que o manancial seja ainda mais prejudicado", alerta Rodrigues. "Como a obra está paralisada há meses, as melhorias já não estão suportando o avanço das erosões. Enquanto a Prefeitura não aparece, as pedras e porções de terra se deslocam morro abaixo. A cratera começa novamente a se formar", reforça.
Velha história
A reportagem acompanha o drama da comunidade desde o início de 2016. Porém o buraco nasceu há pelo menos 10 anos, devido ao rompimento de galerias pluviais e fortes chuvas. Na ocasião, por causa da erosão, segundo o cálculo da Secretaria Municipal de Obras, a cratera possuiu 30 metros de largura, com mais de dez de profundidade. A gravidade fez com que a Defesa Civil isolasse a área próxima à cratera.
Na época, por causa da forte vazão das galerias, caixas de contensão não suportavam a pressão da água. A umedecida deslizava e deixava tubulações evidentes.