A elevação de 8% no preço médio da carne, principal componente da cesta básica, impulsionou a inflação da cesta básica em Londrina, que atingiu R$ 597,73 em novembro, o segundo maior valor do ano, atrás apenas de maio, quando o valor ultrapassou os R$ 600. O aumento representou uma alta de 1,4% em relação a outubro, quando o custo médio foi de R$ 589,16.
A carne, que responde por 47,6% do custo total da cesta, acumula alta de 28,8% nos últimos 90 dias. Em novembro, o preço médio do quilo chegou a R$ 43,13, variando entre R$ 33,90 e R$ 47,90, com a pesquisa considerando o coxão mole como referência.
Entre os 13 itens que compõem a cesta básica, quatro apresentaram alta: óleo, carne, feijão e pão. Três produtos ficaram estáveis, com variação inferior a 1%: arroz, café e açúcar. Outros seis registraram redução nos preços: batata, tomate, margarina, banana, farinha de trigo e leite. A batata (-19%) e o tomate (-11%) foram os itens que mais contribuíram para um peso ainda maior no bolso dos contribuintes londrinenses.
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Se o consumidor comprasse os itens mais baratos em cada supermercado pesquisado, poderia adquirir a cesta por R$ 432,85, uma economia de 27,5%. Já no supermercado com os menores preços para todos os itens, o custo seria de R$ 468,02, 21,7% abaixo da média. No entanto, no estabelecimento mais caro, o custo total chega a R$ 653,92, 9,5% acima da média.
Comparado a novembro de 2023, a cesta básica teve alta de 9,85%, pois naquele mês custava R$ 544,10. Desde o início de 2024, o preço médio caiu 1,2%, considerando que, em janeiro, a cesta custava R$ 590,38.
A pesquisa foi realizada entre os dias 29 e 30 de novembro, abrangendo 11 redes de supermercados em Londrina, distribuídos pelos quatro pontos cardeais da cidade e o centro.
O economista Marcos Rambalducci, que coordena a pesquisa feita pelo Nupea (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) - Campus Londrina, aponta que apesar da alta, há alguns pontos positivos neste cenário.
Ele explica que o consumo de carne é estimulado pelo aumento da renda disponível pelo brasileiro, porque permite maior acesso a alimentos considerados superiores, atendendo preferências culturais e melhorando a qualidade da dieta associada ao status e a celebrações. "Conforme divulgado pelo IBGE (29), a ocupação no Brasil bateu seu recorde, com o percentual de desempregados caindo para 6,2% no trimestre encerrado em outubro, totalizando 103,6 milhões de pessoas trabalhando", aponta.
É a menor taxa já registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, fazendo com que a soma das remunerações de todos os trabalhadores chegasse a R$ 332,6 bilhões, com alta de 2,4%, o equivalente a mais R$ 7,7 bilhões em relação ao trimestre anterior e mais de R$ 23,6 bilhões desde o início do ano. "Com baixo desemprego, exportações em alta e manutenção do poder de compra do salário-mínimo, à despeito do salgado que ficará comer carne neste final de ano, temos sim, o que comemorar", avalia.