Londrina

Cohab coleta informações de famílias do Flores do Campo

21 mai 2018 às 08:02

A Cohab (Companhia Municipal de Habitação) de Londrina buscou no mês de abril realizar um cadastro das famílias que ocupam de forma irregular, desde outubro de 2016, o residencial Flores do Campo, na Gleba Primavera, zona norte de Londrina. Com a entrevista, além do cadastro, também foi possível traçar um perfil da população que esteja morando naquela área.


No total, a Companhia conseguiu contato com 109 famílias e 256 pessoas, sendo 127 homens e 129 mulheres. Outras 36 famílias estavam ausentes. Os dados informam que das 256 pessoas, 199 delas (78%) não possuem nenhum tipo de renda, e 44 (17%) ganham de 1/4 até 1 salário mínimo. Em sua maioria, são pessoas entre 25 a 59 anos (45,2%) e alfabetizadas.


Em relação ao mercado de trabalho, 86 (33,6 %) estão desempregados e 48 (18,8) possuem um trabalho formal, sem renda fixa por mês. Oito entrevistados (3,1% do total) são aposentados ou pensionistas. 48 pessoas se declararam estudantes e/ou bolsistas. A renda média de cada família, segundo os números da Cohab, é de R$ 251,78.


O perfil das famílias ocupantes do Flores do Campo predomina com as mulheres sendo as chefes de família, com 28 núcleos nesta posição. Famílias com os homens no comando são apenas sete. 53 famílias possuem crianças menores de 18 anos e 31 com crianças de até 4 anos. Das 109 famílias entrevistadas, 41 delas escolheram não fazer o cadastro. "Muitas das ocasiões não conseguimos entrar no empreendimento e também teve os que não demonstraram interesse em se cadastrar, por estar faltando algum documento, como RG, CPF, ou até mesmo por uma possível pendência na Justiça, que poderia se evidenciar com o cadastro", afirma o presidente da Cohab Londrina, Luiz Cândido de Oliveira.


Sobre as famílias que se recusaram a fazer o cadastro, uma representante dos moradores do Flores do Campo disse desconhecer o fato. "O que a Cohab comentou é que no dia da entrevista, teve família que não estava em casa. Em nenhum momento nos avisaram de que teve gente que teria se recusado a fazer o cadastro", declarou Nadine Rita de Oliveira.


Correndo contra o tempo
Solicitada pela Caixa Econômica Federal, responsável pelo empreendimento, a decisão da reintegração de posse do residencial deveria ter sido realizada no mês de fevereiro, mas a 2ª Vara Federal de Londrina escolheu por ouvir as partes para garantir uma solução adequada para o caso. Um grupo de trabalho foi formado e se reúne com a Cohab e outras entidades semanalmente para buscar uma solução de abrigo provisório para essas famílias. Oliveira informou à reportagem que uma área no Conjunto João Turquino é a mais cotada para receber temporariamente o grupo após a desocupação. "É pavimentada, possui rede elétrica e pluvial, para garantir o mínimo de dignidade. Estamos nas tratativas com o Município", afirmou.

As exceções
Os dados da Cohab também mostram números que se diferenciam do resto. Duas pessoas declararam receber de 1 a 2 salários mínimos e outra que informou receber de dois a três. Doze pessoas possuem emprego formal. "Existem casos de famílias foram contempladas em outro programa habitacional, mas preferem alugar aquele imóvel e continuar ocupando o Flores do Campo. Infelizmente isso existe. Das pessoas com registro formal e as que ganham acima de dois salários, elas podem procurar um imóvel e não se sujeitar à uma situação dessa", pontua o presidente. "E quem não tem vontade de se cadastrar...o que eles querem, na realidade?", questiona.


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