Londrina

Aumento da tarifa em Londrina é adiado

23 mai 2003 às 18:27

A tarifa do transporte coletivo de Londrina continua em R$ 1,35 até a quarta-feira da semana que vem. Esse foi o prazo solicitado por Miguel Jorge Sogaiar, promotor especial de Defesa do Consumidor, a Wilson Sella, presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), na tarde desta sexta-feira.

O Ministério Público (MP) vai requerer mais documentos às empresas concessionárias, e promover uma auditoria para avaliar até que ponto o aumento da tarifa para R$ 1,60 é justificável.


Sogaiar quis saber da CMTU o motivo do reajuste de 18,5 %. ''Surpreendeu bastante o patamar de aumento'', disse. O promotor não tem dúvida de que a nova tarifa vai acarretar um ônus muito grande à população carente de Londrina.


Mas mesmo declarando-se surpreso, preferiu não adiantar a posição do MP. ''Só após o fim da auditoria vamos poder dizer se o reajuste é ou não é necessário'', frisou.


Wilson Sella disse que o prefeito Nedson Micheleti (PT) não viu problemas em atender a solicitação da promotoria. O presidente da CMTU não acredita em erro no cálculo do reajuste. ''Temos quatro técnicos trabalhando em nossa planilha, e fazemos três orçamentos para cada íten incluso na planilha de custos repassada pelas empresas'', afirmou Wilson Sella. ''Caso a auditoria identificar alguma falha em nossa planilha, se ela for para o bem da população, melhor''.


O promotor estranhou que entre os documentos entregues pela CMTU, não esteja as planilhas tabuladas e calculadas pela Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e Francovig, as empresas concessionárias. ''O comum nas cidades com transporte coletivo é as próprias empresas encaminharem suas planilhas ao município'', comentou.


Segundo Sella, a CMTU não faz questão de receber as planilhas de gastos das empresas. ''Corremos o risco de receber preços de alguns ítens lá em cima, superfaturados com relação ao real valor de mercado'', alegou. Sella também justificou o aumento de 18,5 %. ''Eu poderia reajustar R$ 1,50, mas certamente teria que dar novo aumento num prazo muito curto, ou mesmo ter o valor reajustado através de uma liminar concedida às empresas'', explicou.


Em ofício protocolado junto à CMTU e também entregue ao MP, as empresas pedem que a tarifa seja reajustada para R$ 1,7241. Na tarde desta sexta, a reportagem da Folha de Londrina tentou contatar os diretores das empresas concessionárias a posição com relação ao acordo entre município e MP.


Através de sua assessoria, Gildalmo Mendonça, gerente da TCGL, afirmou não ter o que comentar sobre a decisão da promotoria, e vai fornecer toda a documentação necessária. Ele também destacou que a empresa não tem obrigação de fornecer uma planilha própria à CMTU. No entanto, elabora uma simulação de custos tendo como base a planilha do município, mas utilizando seus próprios gastos.

Através de comunicado por escrito, a Francovig informou que assim que for formalmente notificada pela promotoria de defesa pública, apresentará os documentos que forem solicitados, e que os locais de venda de passes funcionarão a rotina normal de atendimento ao público.
O presidente da CMTU só mostrou-se preocupado com a venda de passes, que deverá ser conturbada nesses próximos dias. ''Em relação aos vales-transporte, não vai haver problema'', disse Sella.


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