Alguns usuários do transporte coletivo de Londrina foram pegos de surpresa, neste domingo, pelo aumento da tarifa para R$ 1,60. No Terminal Urbano de Transporte Coletivo, passageiros que utilizam o ônibus com menos frequência não sabiam do reajuste.
A babá Cristiane Aparecida da Silva, 26, achou que o cobrador havia lhe devolvido troco errado quando deu R$ 5,00 para pagar sua passagem e recebeu R$ 3,40 de volta. ''Foi só nessa hora que percebi que o ônibus tinha subido. Sabia que ia aumentar, mas não tinha certeza do dia'', contou.
Ela trabalha perto de casa e usa o transporte coletivo para passear. Com o novo preço, garantiu que passaria a pensar melhor antes de usar o serviço. ''Está muito caro. Não tenho condições de pagar''.
O agente penitenciário Esmeraldino dos Santos, 33, também ficou confuso sobre a data do aumento. ''Era para ser domingo passado, depois não subiu. Muita gente se atrapalhou'', acredita ele, que considera a nova tarifa fora da realidade do povo de Londrina. ''O poder aquisitivo da população é muito baixo'', opinou.
Para a dona de casa Rosilei Galdino de Oliviera, 34, a alta no preço da passagem já começou a interferir no dia-a-dia. ''Não vou poder comprar um salgado para o meu filho, como costumo fazer aos domingos quando vamos para a igreja'', lamentou-se.
Ela também contou que o orçamento doméstico ficaria comprometido. ''Só meu marido trabalha e ele está empregado há apenas dois meses. Vou ter que pensar bem antes de sair de casa''.
Ao contrário de muitos usuários, o garçom Marcos Soares, 32, não está muito preocupado com a alta. ''Uso vale transporte dado pela empresa, por isso não vou sentir muito'', comentou. Ele acredita, porém, que a atual tarifa é impraticável para quem paga o passe com o próprio dinheiro. ''Muita gente vai ter que andar menos de ônibus''.
A prefeitura autorizou o reajuste de 18,5% da tarifa apesar do Ministério Público ter considerado o aumento ilegal. Nesta segunda-feira, o promotor especial de Defesa do Consumidor, Miguel Sogaiar, deve se pronunciar sobre as medidas judiciais que serão tomadas contra o reajuste.