Londrina

Artesãos se recusam a sair de praças

05 mai 2003 às 20:09

Posições divergentes e nenhum avanço. Essa foi a tônica das duas reuniões realizadas nesta segunda-feira entre a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e os artesãos das praças Rocha Pombo e Marechal Floriano Peixoto, localizadas no centro de Londrina. A CMTU deu prazo até o dia 15 para eles saírem das praças e, em contrapartida, ofereceu um prédio onde funcionaria um Centro de Excelência de Artesanato para trabalharem.

Mas, enquanto representantes da Associação dos Trabalhadores Artesanais de Londrina (Atal) - que se reuniram de manhã com o presidente da CMTU, Wilson Sella - gostaram da idéia, os profissionais ligados à União do Artesãos das praças Floriano Peixoto e Rocha Pombo (Uniflor), que conversaram com ele à tarde, foram totalmente contra. ''Vamos perder em vendas e em freguesia'', justificou o artesão Roberto Rodrigues.


Para a vice-presidente da Atal, Neuza Alves Ferreira, a idéia de um Centro de Excelência é ótima. ''Acredito que a construção de um centro para os artesãos melhorará significativamente a nossa situação'', avaliou. Já os profissionais da Uniflor se recusam a deixar o local. ''Essa proposta não é viável porque eles querem tirar a gente de onde estamos há mais de 20 anos para pôr em um lugar com mais 200 pessoas'', disse o presidente da Uniflor, Dermindo Florentino.

O presidente da CMTU, Wilson Sella, fundamentou a posição da companhia dizendo que a praça é pública. ''Ela não foi feita para o comércio e sim para melhorar a qualidade de vida das pessoas'', ponderou. Segundo Sella, a Prefeitura se compromete a subsidiar o aluguel do imóvel até o fim do mandato - janeiro de 2005 - e pagar também as contas de água e luz nos primeiros três ou quatro meses. Ele disse ainda que a Secretaria de Obras está desenvolvendo um projeto de revitalização das praças que prevê melhor iluminação e intensificação da ronda policial para garantir a segurança dos usuários.

Os artesãos propuseram que a prefeitura assumisse o valor do aluguel por pelo menos 10 anos, mas a Lei de Responsabilidade Fiscal impede essa medida. Se não houver acordo até o dia 15, os artesãos terão que deixar a praça. Esse prazo só será prorrogado caso eles aceitem se mudar para o novo local.

Sella salientou que a idéia é disponibilizar dois locais. Um seria destinado à produção dos produtos e o outro para a comercialização. Esse esquema, de acordo com ele, poderia beneficiar até 300 artesãos. Em princípio, cerca de 120 estão envolvidos no projeto da CMTU.


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