No dia em que uma nova rodada da Pesquisa Vox Populi apontou 12 pontos de vantagem da petista Dilma Rousseff sobre o candidato tucano José Serra, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, acusou a instituição de trabalhar para o governo e para o PT. Em entrevista à imprensa nesta manhã em São Paulo, o dirigente chamou o levantamento divulgado hoje "de pesquisa sem-vergonha" e afirmou que o instituto promove uma "poderosa" ação combinada para interferir na intenção de voto.
De acordo com Guerra, o erro do instituto de pesquisa no primeiro turno (que indicava a vitória de Dilma Rousseff em 3 de outubro) prova que houve uma manipulação dos dados. "Não dá para acreditar que foi um erro. Foi uma safadeza, uma falta de respeito pelas instituições brasileiras", acusou.
Segundo o dirigente, institutos de pesquisa, como Vox Populi, fizeram um trabalho sistemático contra as campanhas dos aliados do PSDB no primeiro turno e repetem a estratégia do que ele chamou "de nova conspiração." Para ele, os "institutos de pesquisa se tornaram campanhas eleitorais." A preocupação do partido, enfatizou Guerra, é que a repercussão das pesquisas na imprensa interfira na escolha dos eleitores e afete o ânimo dos militantes. "É uma ação irresponsável e leviana de uma instituição que não tem neutralidade", afirmou.
Guerra afirmou que o partido não pretende entrar com uma ação judicial para impedir a divulgação de novas pesquisas do instituto Vox Populi, embora tenha alegado que a repercussão desse tipo de pesquisa deixa a democracia brasileira comprometida. "Não dá para aceitar calado que uma instituição como essa, que trabalha para o governo, que faz a campanha do governo, do PT, atue impunemente", disse. No final, o tucano mandou um recado para o presidente do instituto: "Marcos Coimbra não vai eleger o presidente da República, ele não é o povo", afirmou.