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"Furada"

Serra ignora pesquisas e taxa institutos como 'alugados'

Agência Estado
27 out 2010 às 20:30

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O candidato tucano à Presidência da República, José Serra, desconsiderou hoje, na sua quinta visita a Pernambuco nesta campanha, as pesquisas eleitorais que indicam a sua adversária, Dilma Rousseff (PT), com mais de 10 pontos porcentuais à frente na preferência do eleitorado brasileiro. "Acho que de fato há um empate técnico", afirmou o tucano, em entrevista ao radialista Geraldo Freire, da Rádio Jornal, declaração que repetiu depois em entrevista na Radio Folha e a jornalistas.


Ele citou os institutos Vox Populi e Sensus como "alugados" e, mesmo não destratando o Ibope e o Datafolha - este considerado por ele "talvez o mais independente" -, disse que "mesmo no caso dos outros, há problemas metodológicos". "Não tem nada mais errado no Brasil do que pesquisa", reforçou o candidato, ao lembrar de eleições cujos resultados foram diferentes do que indicavam as sondagens. "Pesquisa é furada e isso no futuro vai ter de ser examinado."

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Serra criticou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição e disse que neste segundo turno ele "passou dos limites". Reiterou que Lula deixou de governar e "ficou todo jogado para eleger Dilma", como se fosse uma questão de poder pessoal. Destacou que ninguém consegue governar de fora e que se a petista for eleita, "vai ficar tudo na mão dela". "Não há no mundo nem na história do Brasil um exemplo desse tipo que tenha funcionado, um presidente largar o governo para eleger o sucessor e ficar governando na sombra."

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O tucano voltou a acusar o PT de fazer uma campanha baseada em mentiras contra ele e afirmou que Lula não diz a verdade ao afirmar que Serra não dará continuidade ao que o presidente fez no governo federal. Para Serra, a fala do presidente tem "motivos puramente eleitorais", dentro "dessa cisma que tem que ganhar de qualquer maneira". "Ele sabe que vou continuar", disse.

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Metrô



Sobre o caso do Metrô de São Paulo, que teve licitação suspensa por denúncia de cartas marcadas, Serra não considerou necessária uma investigação na gestão. Indagado o motivo, respondeu a pergunta com ataques ao governo federal do PT que, segundo ele, faz "publicamente, abertamente" proposta de concorrência acertada. Ele citou as hidrelétricas de Belo Monte e Jirau.

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O candidato lembrou escândalos que rondam o governo federal - desde o mensalão à acusação de um banco alemão estatal que, segundo ele, acusa Dilma Rousseff e o diretor da Eletrobras, Valter Cardeal, de ter dado um golpe de mais de 100 milhões de euros. Serra ainda afirmou que "está acontecendo um escândalo" no Brasil, que é o da inflação nos alimentos. Observou que o preço do feijão aumentou 60% desde julho, o arroz 23% e o leite, 22%.



Nordeste

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Diante da ausência de Dilma no debate do primeiro turno para discutir o Nordeste e no que estava programado para hoje à noite, na Bahia - e que foi cancelado diante da negativa da candidata em participar -, o presidenciável tucano disse que a adversária não dá a devida importância à região.



Sobre a campanha do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), aliado de Lula que pede o voto do eleitor em Dilma para garantir os compromissos com o Estado, Serra disse que o Campos sabe, "na sua intimidade, que isso não é verdade". "Ele vai estar melhor comigo na presidência do que com Dilma."


O tucano afirmou não serem promessas de campanha, mas "anúncio", o aumento do salário mínimo para R$ 600 e o 13.º salário do Bolsa Família. Sobre o futuro da economia, disse que o governo tem de estar de olho no futuro, "porque o Brasil está com um déficit no exterior que é o maior da história". "Estamos pegando emprestado furiosamente do exterior ao contrario do que se diz", afirmou.


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