O candidato tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff encerram a campanha presidencial hoje, em Belo Horizonte, com carreatas e caminhadas pelas ruas da capital mineira. Mais que acreditar na tese de que Minas decidirá a eleição, como no início da campanha, os dois partidos valorizam o simbolismo do Estado. Entre os tucanos, a rejeição à tese de que Minas decide a eleição é movida pelo medo de serem responsabilizados por uma eventual derrota de Serra. Entre os petistas, pela confiança na vitória e por ser uma forma de mostrar autonomia de Dilma.
Não por acaso, o senador eleito Aécio Neves empreendeu uma ofensiva pessoal em favor de Serra, que foi de comícios, viagens e reuniões à gravação de mensagem de telemarketing em que agradece o apoio e pede o voto "no mesmo 45 do governador (Antonio) Anastasia". O deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que coordena a campanha de Dilma no Estado, admite estar ultrapassada a premissa de que a eleição do futuro presidente dependeria de Minas. "A tese não vale mais porque o Brasil não está empatado", afirma.
No fim do primeiro turno, o palco da despedida foi São Bernardo do Campo (SP), terra de Lula. Agora, Dilma se volta para sua cidade natal. Lula só não estará ao lado da petista, segundo a coordenação, por causa da morte do ex-presidente argentino Nestor Kirchner.
Enquanto a campanha tucana programou uma caminhada na nobre área sul da cidade, passando pelo bairro em que Lula se irritou com moradores que o vaiaram, no dia 16, a petista percorrerá em carreata bairros da periferia e de Ribeirão das Neves, na região metropolitana e dará coletiva na Casa do Baile, na Pampulha.