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Derrotado nas urnas

Senado: ex-vice-presidente discursa em tom de despedida

Agência Senado
05 out 2010 às 21:59

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Emocionado, o senador Marco Maciel (DEM-PE) analisou nesta terça-feira (5) o resultado das eleições de domingo. O discurso teve um tom de despedida, já que o parlamentar pernambucano não conseguiu se reeleger no domingo (3).

Referindo-se aos 40 anos de vida pública, o político de perfil longilíneo e fervor católico disse aceitar com resignação e humildade os "elevados desígnios de Deus", a quem agradeceu por sua trajetória. Também manifestou gratidão ao povo do seu estado pelo privilégio de representá-lo.

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"Decidiram os eleitores não renovar o mandato que pleiteei. Isso não significa que deixarei de lutar por seus direitos, propugnar por sua ampliação e combater violações. Pernambuco e os pernambucanos são a razão de minha total dedicação. Mais do que uma vocação, a vida pública que abracei há quase meio século é um compromisso com o nosso povo e suas instituições", afirmou.

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O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) ressaltou a carreira política de Marco Maciel e todos os cargos que ocupou, desde a Assembleia Legislativa de Pernambuco até o Senado Federal. Chamou a atenção para a conduta honesta do colega de partido, e assinalou que Marco Maciel foi um nome dos mais expressivos do parlamento brasileiro em todos os tempos.

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"De qualquer maneira, se o povo de Pernambuco não lhe fez justiça, nós temos de fazer justiça e reconhecer todo o seu trabalho, toda a sua luta e toda a sua trajetória política, que é das mais brilhantes", afirmou o parlamentar baiano.


O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) disse que falar sobre Marco Maciel é uma "constatação de verdades". Membro de um partido que dá apoio ao governo,Cavalcanti disse que em nenhum momento poderia deixar de reconhecer no político pernambucano "um homem íntegro, leal, fiel e elegante na condução da política de oposição". O senador Neuto de Conto (PMDB-SC) disse que Marco Maciel é um exemplo de homem público que honrou não apenas o seu mandato, mas toda a sociedade brasileira.

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Outro governista, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que nos 20 anos de convivência no Senado sempre teve com Marco Maciel uma relação de grande respeito mútuo, na construção dos objetivos maiores de realização de justiça, de respeito aos direitos do povo e pelo aperfeiçoamento das instituições democráticas.


Em nome do PSDB, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP), que também não conseguiu se reeleger, reconheceu a importância de Marco Maciel para a política e destacou seu o comportamento correto ao longo da carreira pública.

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"O senhor é realmente um homem do bem, um homem altivo, um homem que tem qualidades que nem todos os homens têm e que, realmente, mereceu, merece e merecerá sempre destaque na vida nacional", afirmou.


O oposicionista Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que Marco Maciel é a antítese daqueles que gostariam de vê-lo pelas costas.

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"Essas pessoas não conseguem aguentar, não suportam o exemplo de dignidade que é vossa excelência", afirmou.


Demóstenes lembrou a atuação de Marco Maciel em momentos difíceis do país, como durante a transição do regime militar para o regime democrático e no episódio do "mensalão", quando aconselhou que se deixasse as instâncias democráticas agirem, quando se chegou a cogitar até o impeachment do presidente Lula.

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O senador lamentou que o presidente, ignorando o papel desempenhado por Marco Maciel para mantê-lo no cargo, tenha sido desrespeitoso com o senador, além de tê-lo "agredido e diminuído". Demóstenes referiu-se dessa maneira a ataques desferidos contra Marco Maciel por Lula durante a campanha eleitoral, quando o presidente o acusou de nunca ter feito nada por Pernambuco.


"Marco Maciel é grande por natureza, por formação e por convicção", atestou o parlamentar goiano.

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Conterrâneo de Marco Maciel e de Lula, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) disse que o presidente mostra-se muitas vezes "uma figura pequena e tacanha". Para Vasconcelos, Lula pronunciou "palavras grosseiras, chulas, impróprias e sem o mínimo de respeito" a um parlamentar, ex-governador, ex-ministro e ex-vice-presidente da República que muitas vezes chegou a ocupar a Presidência.


O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que sentirá a ausência de um parlamentar que contribuiu de forma extraordinária para que ainda seja possível acreditar na no exercício da atividade pública com decência, dignidade e correção. Ressaltou que Marco Maciel percorreu um longo caminho na política - um itinerário de exemplos e lições que precisam ser aprendidas:


"Marco Maciel demonstrou que é possível ter vida longa na atividade pública sem ceder a determinadas tentações que fazem com que personalidades sucumbam diante do mal", observou o parlamentar paranaense, um dos principais líderes da oposição no Congresso Nacional.

Foi seguido pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). Ela lamentou que o Senado fique sem a voz e a conduta moral e ética de Marco Maciel.


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