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Ausentes na urna

Segundo turno no "feriadão" pode ter recorde de abstenção

Agência Brasil
06 out 2010 às 15:51

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O cientista político da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Hermes Zaneti faz um alerta sobre o risco de aumento de abstenção de votos no segundo turno das eleições, marcado para o dia 31. Segundo ele, a razão seria o fato de o segundo turno presidencial ser uma eleição "solteira" para a maioria da população.

"Em muitos estados [18] não vai haver segundo turno para governador, assim como não teremos em nenhum mais eleições para senador, deputado federal e deputado estadual, que são agentes mobilizadores. Não há um motor mobilizador do eleitorado para o dia da eleição", avaliou em entrevista hoje (6) pela manhã no programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

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De acordo com ele, a proximidade do dia da votação – domingo (31) – com o feriado de Finados, que será na terça seguinte, dia 2 de novembro, também pode desmotivar o comparecimento dos eleitores. "A data escolhida é absolutamente inoportuna", criticou ao dizer que o novo turno das eleições está marcado entre "datas que as pessoas querem aproveitar para o seu lazer e viagem".

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Para o cientista político, as abstenções revelam o "desencanto" dos eleitores. "Não é imotivado isso, basta lembrar os episódios a que nós assistimos – quer em nível regional, quer em nível federal", disse. Na opinião do acadêmico, "isso é um chamamento aos partidos, às lideranças, e à própria estrutura democrática que com tanta dificuldade se conquistou no país".

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Apesar das críticas, o professor defendeu o comparecimento de todos eleitores na votação. "A população precisa participar. Não é porque o voto é obrigatório, mas porque é a oportunidade do exercício da cidadania. Neste momento, o poder está na mão de quem detêm o voto."


Hermes Zaneti também reconheceu a importância das eleições em dois turnos. "São apenas dois candidatos. Aí há realmente o confronto de propostas, o que no caso específico desta eleições nós não tivemos", lembrou.

No primeiro turno das eleições, 24,6 milhões de pessoas deixaram de votar (18,12% dos eleitores).


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