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PTB desiste de Serra a dois dias da eleição

Agência Estado
01 out 2010 às 21:45

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A campanha do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, sofreu um revés a dois dias da eleição presidencial. O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, declarou ontem que não votará no tucano e liberou correligionários de seu partido para apoiarem o candidato que desejarem.

O PTB, ao lado do DEM e do PPS, era um dos principais partidos aliados aos tucanos na corrida presidencial. O apoio ao PSDB, referendado em convenção em junho, serviu principalmente para engordar o tempo de TV do presidenciável – o apoio do partido rendeu 46 segundos por bloco na propaganda de Serra.

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"A coisa azedou desde a convenção. Eu não quero mais. Quem joga sozinho perde sozinho", declarou Jefferson. Questionado pelo Estado sobre a razão de fazer o anúncio na véspera da eleição, afirmou: "Isso tem de ser feito na hora certa. Reagi na hora que tinha de reagir".

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Em caminhada ontem por Osasco, na Grande São Paulo, Serra evitou comentar. Disse que não tinha conhecimento do assunto e que estava sabendo do tema pelos próprios jornalistas que o acompanhavam.

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Roberto Jefferson fez o anúncio ontem no Twitter: "Como presidente do PTB, libero meus companheiros a escolherem seu candidato a presidente do Brasil". Aproveitou para anunciar que o seu voto para presidente será para Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). Também ligou para integrantes do PTB nos Estados para falar sobre sua decisão.


No final da tarde, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), telefonou para Jefferson para tentar apaziguar a situação. Não adiantou. "Faz algum tempo que Roberto vem sustentando divergências. Considero ele um líder de muita qualidade", disse o presidente tucano.

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Indagado sobre a repercussão que o anúncio de Jefferson poderia ter na campanha do PSDB, Sergio Guerra afirmou que "não necessariamente" haverá perdas de votos para o candidato.


Durante a campanha, a relação de José Serra com alguns líderes de partidos aliados se deteriorou. O candidato chegou a bater boca por telefone com o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), em razão de uma declaração do aliado a um jornal.

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Jefferson também já havia manifestado sua insatisfação com os rumos da campanha e com a forma como o candidato não defendia seu apoio publicamente. "Ele ficava constrangido em dizer que tinha meu apoio", disse. A participação de Serra no Jornal Nacional, em agosto, quando foi questionado sobre o apoio de Jefferson e disse que "não tinha compromisso com erro", também incomodou o petebista.


Para os tucanos, os desentendimentos com integrantes de legendas aliadas passam pela distribuição de recursos da campanha e pelo fato de Serra estar em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto mais recentes – sem a perspectiva de poder, aliados se sentiriam mais livres para costurar o futuro político.

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Administração. Serra aproveitou a caminhada para dizer que, se eleito, pretende fazer um governo de "mãos limpas". "Precisamos ter uma administração limpa, sem escândalos, onde não se perca dinheiro com propinas e desperdício. É para utilizar o dinheiro em benefício do povo. Essa é a questão fundamental", disse. Defendeu uma "economia forte" e disse que, se vencer, ampliará a oferta de emprego.


Fez um breve balanço sobre a campanha presidencial. "Tirando a violação da intimidade de família, tirando essas coisas, eu diria que foi bom. Mas, infelizmente, aconteceram esses episódios muito desagradáveis, principalmente de parte do PT", afirmou o candidato em referência aos casos de quebra de sigilo fiscal de pessoas de sua família.


O candidato também comentou o debate de anteontem, na Rede Globo. "Foi um bom debate. Mas debates são sempre engessados. Não dá para ser de outra maneira", declarou Serra.

Durante a visita ao centro de Osasco, o tucano seguiu o script de presidenciável. Acompanhado do candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, Geraldo Alckmin, conversou com eleitores, entrou em lojas e até dançou o hit "Ah, muleque". (com informações do jornal O Estado de São Paulo)


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