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Propaganda eleitoral

Na TV, Dilma e Serra defendem valores cristãos

Agência Estado
08 out 2010 às 16:09

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No primeiro dia da propaganda eleitoral do segundo turno, os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) exploraram a defesa dos valores cristãos e familiares e o respeito à vida, exibiram lideranças políticas que apoiam cada uma das coligações, citaram o nome de Marina Silva (PV) e apresentaram promessas de campanha para o governo.

O programa de Serra mudou quando comparado aos exibidos na campanha do primeiro turno: foi incisivo, falou sobre a experiência política do candidato, comparou Dilma ao ex-presidente Fernando Collor de Mello e exibiu imagens do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, avaliado como o responsável pelo controle da inflação. Em um momento do programa, fotos de todos os presidentes eleitos desde 1989 foram mostradas, com a voz de um locutor descrevendo as marcas de cada um dos governantes.

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"Esse (Collor) foi o último presidente desconhecido que o Brasil elegeu. O estrago foi tão grande que precisou desse (Itamar Franco) para trazer a decência e desse (FHC) para controlar a inflação, modernizar o Brasil e criar os programas sociais. Depois veio esse (Luiz Inácio Lula da Silva), que também tinha história e deu continuidade. Agora, para o Brasil avançar, tem que ser alguém já testado, com ficha limpa e que já fez muito pelo Brasil", afirmou o locutor.

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Em outro momento, Serra e Dilma foram comparados com o uso de bonecas russas. À medida que os cargos públicos que Serra ocupou eram citados, um boneco com a cara de Serra era encaixado dentro do outro. "Serra já foi senador, o melhor ministro da Saúde do Brasil, prefeito de uma das maiores cidades do mundo e governador de São Paulo. Já a Dilma...", disse o locutor, ao exibir uma boneca oca com a cara da petista.

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O programa de Serra exibiu trechos do pronunciamento que fez assim que soube que iria para o segundo turno, destacou o respeito à democracia e a homenagem a Marina Silva e agradeceu pelos cerca de 33 milhões de votos que recebeu. Serra disse ter ideias próprias e afirmou que Dilma vive à sombra de Lula.


"No segundo turno você vai poder comparar melhor os candidatos, a história de cada um, o que cada um já fez pelo Brasil, quem tem ideias próprias e quem fica à sombra dos outros", afirmou. "Você me conhece, sabe da minha franqueza e que não mudo de opinião na véspera da eleição."

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O locutor comparou a história de Serra com a de Dilma. Foram exibidas fotos do tucano quando era líder estudantil, na luta contra a ditadura, pelas Diretas Já, pela Constituição e pela eleição de Tancredo Neves. "A Dilma ninguém sabe, ninguém viu", provocou.


"(Serra é) diferente do PT de Dilma, que não apoiou Tancredo contra Maluf. Diferente do PT da Dilma, que se recusou a assinar a Constituição", disse o locutor. Outra foto exibida foi a de José Serra, como ministro do Planejamento, ao lado do então presidente Fernando Henrique Cardoso. "Serra ajudou no Plano Real, diferente do PT da Dilma, que foi contra", afirma. "Esse é José Serra, um homem que nunca se envolveu em escândalos e que sempre foi coerente. Sempre condenou o aborto e defendeu a vida", disse o locutor.

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Em outro momento, o programa de Serra destacou o programa Mãe Brasileira, promessa de campanha do tucano para oferecer acompanhamento e pré-natal para grávidas. "Mãe Brasileira, a favor da vida, a favor do Brasil", disse uma atriz.


"Quero ser um presidente com postura, equilíbrio, que defenda os valores da família brasileira, os valores cristãos, a democracia, o respeito à vida e o meio ambiente", afirma Serra. "Não vamos andar de mãos dadas com governos que apedrejam mulheres, perseguem a imprensa e tem vocação para a ditadura", disse o candidato.

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Gravaram depoimento em apoio a Serra Aécio Neves (senador eleito por Minas Gerais), Beto Richa (governador eleito pelo Paraná), Geraldo Alckmin (governador eleito por São Paulo), Antonio Anastasia (governador eleito por Minas) e Raimundo Colombo (governador eleito por Santa Catarina).


Comparação de governos

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O programa de Dilma manteve a linha dos exibidos durante a campanha no primeiro turno e comparou as realizações do governo do presidente Lula, como o Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), com as do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Agora Serra quer voltar, mas é o Brasil que não quer voltar ao passado. O Brasil quer seguir mudando com Dilma", afirmou uma atriz.


Dilma não falou em nenhum momento de forma direta sobre aborto, mas, por diversas vezes, disse ser favorável à vida e iniciou o programa com um discurso claramente direcionado aos religiosos. "Quero começar esse segundo turno agradecendo a Deus por me ter concedido uma dupla graça: ter sido a candidata mais votada no primeiro turno e ter a oportunidade agora de discutir melhor as minhas propostas e me tornar ainda mais conhecida", afirmou.

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O locutor do programa disse que Dilma vai "fortalecer e apoiar a família brasileira" e apresentou a candidata como mãe, avó e "mulher que respeita a vida". Uma atriz foi escalada para defender Dilma das acusações que tem sofrido na internet. "A internet é uma grande conquista moderna. Infelizmente, uma corrente do mal tem usado a rede para espalhar anonimamente mentiras contra Dilma. Não acredite neles, Dilma é uma mulher honesta que respeita a vida e as religiões."


O presidente Lula voltou a aparecer no programa e disse que a candidata tem sofrido a mesma perseguição que ele enfrentou durante sua vida e ressaltou que, quando assumiu, respeitou as religiões e a vida.


"Quero neste segundo turno fazer uma campanha, antes de tudo, em defesa da vida, uma campanha cheia de futuro e esperança para o Brasil e de compromisso com os nossos valores mais sagrados", disse Dilma. "Estou sofrendo na pele uma das campanhas mais caluniosas que o Brasil já assistiu, mas, igual ao presidente Lula, que também foi vítima de calúnias, não me afastarei do rumo certo."


Dilma agradeceu pelos cerca de 47 milhões de votos que recebeu e explorou o apoio político que a coligação obteve em diversos Estados. "Dos 18 governadores eleitos no domingo, 11 estão com Dilma. No Senado, ela terá o apoio de mais de 50 dos 81 senadores. E na Câmara, de mais de 350 dos 513 deputados federais", disse o locutor.


Em seguida, manifestaram apoio a Dilma Cid Gomes (governador eleito no Ceará), Marcelo Crivella (senador reeleito no Rio de Janeiro), Jaques Wagner (governador reeleito na Bahia), Tarso Genro (governador eleito no Rio Grande do Sul), Sérgio Cabral (governador reeleito no Rio), Roberto Requião (senador eleito pelo Paraná) e Delcidio Amaral (senador reeleito pelo Mato Grosso do Sul).

Também manifestaram apoio no programa Renato Casagrande (governador eleito pelo Espírito Santo), Marta Suplicy (senadora eleita por São Paulo) e Cristovam Buarque (senador reeleito pelo Distrito Federal). Dilma tentou mostrar proximidade com Marina Silva ao dizer que 67% dos brasileiros votaram em candidatas mulheres. "Isso é um motivo especial de orgulho para todas nós mulheres brasileiras."


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