A candidata à Presidência Marina Silva, do PV, afirmou hoje, em entrevista coletiva, ser ela a única adversária capaz de disputar com a candidata petista Dilma Rousseff num possível segundo turno. Para a senadora, um segundo turno entre Dilma e José Serra (PSDB) seria uma repetição do cenário das últimas eleições (em 2006), ocasião em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, venceu o candidato do PSDB Geraldo Alckmin. "Uma disputa entre eles, seria uma espécie de repetição de 2006. A candidatura capaz de fazer uma disputa de igual para igual é a minha", afirmou.
"A possibilidade do segundo turno está inteiramente presente no processo. O povo brasileiro está demonstrando através da sua intenção que quer o feminino na Presidência do País e, com certeza, vai colocar duas mulheres no segundo turno, que com o tempo igual vão poder aprofundar o debate de questões importantes para o nosso País, que, infelizmente, não foram aprofundadas nesse primeiro turno", disse a candidata, num hotel, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Marina comentou também a polêmica em torno do posicionamento de Dilma Rousseff sobre a legalização do aborto. "Minha ética não é baseada nas circunstâncias. Se tem alguma novidade sobre os temas de comportamento não é minha. Sempre fui contra o aborto, por uma questão de princípio. Sou a favor da vida", disse Marina.
Questionada sobre o que achava da declaração de apoio do bispo Edir Macedo, chefe da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) à candidatura da petista, a senadora disse: "Ninguém da minha campanha espalha boatos. O que existe é uma infinidade de blogs, que brigam entre eles, na candidatura oficial de oposição e na candidatura oficial de situação. Vamos continuar conduzindo o debate de forma respeitosa", afirmou. "Temos a maturidade de não fazer deste debate uma Guerra Santa."
Alagoas
Ao fim da entrevista coletiva, Marina contou que pretende ir à Alagoas até o domingo, visitar a candidata ao senado do Estado Heloísa Helena como forma de manifestar apoio à candidatura da representante do PSOL.
"Estou vendo como é que eu faço para dar um abraço na Helô. Aquela mulher lida quase sozinha contra as forças do atraso na política do Nordeste. Ela está sendo massacrada. É uma mulher corajosa e valente, mas está sendo colocada na clandestinidade pelos meios de comunicação daquele Estado", afirmou Marina, fazendo um apelo para que a imprensa acompanhe o processo eleitoral em Maceió