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21,9 mil a mais

Eleitorado feminino é maioria em Londrina

Nelson Bortolin - Folha Norte
21 ago 2010 às 14:19

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Quem quiser vencer as eleições em Londrina tem de prestar atenção especial às mulheres. É que, na cidade, existem 21.907 mulheres a mais que homens entre os eleitores. Elas são 187.183 e eles, 165.276. A diferença equivale, por exemplo, ao total de moradores do município de Andirá e ao dobro da população de Alvorada do Sul. As mulheres representam 53,06% do eleitorado de Londrina, uma porcentagem acima da média estadual, que é de 51,45%, e da nacional, de 51,82%. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mas será que isso faz alguma diferença? A intenção de voto na candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, mostra que sim. Tanto é que o partido montou uma estratégia especial para buscar o voto das mulheres, segmento na qual a ex-ministra encontra mais dificuldade.

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No último levantamento Datafolha, realizado de 9 a 12 de agosto, percebe-se uma grande diferença entre a tendência dos homens de votarem em Dilma e a das mulheres. Na pesquisa estimulada, na qual o entrevistador apresenta a relação dos candidatos ao entrevistado, ela tem 47% das intenções de votos dos homens e só 35% das mulheres. Já na espontânea, quando não se apresenta nomes para o entrevistado, a diferença é maior: 32% dos homens preferem Dilma e só 20% das mulheres dizem que vão votar na petista.

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Segundo a socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, uma possível justificativa para a diferença entre a intenção de votos de homens e a de mulheres seria que o homem é mais interessado em política. "É só ver que os partidos não conseguem cumprir a cota de 30% de mulheres nas chapas. Acho que isso tem a ver com nossa tradição histórica. A mulher começou a votar mais tarde."

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Outra diferença é que a mulher seria mais "emotiva", segundo a socióloga. "Temos um sexto sentido mais apurado que o homem. Isso também pesa na hora de escolher o candidato." Maria Lúcia acredita que a rejeição de Dilma Rousseff pelas mulheres também pode estar relacionada com uma "falta de feminilidade" da candidata. "Apesar de ser colocada como Mãe do PAC, a imagem dela não tem identidade materna."


Para o professor de ética e filosofia política, Elve Miguel Cenci, as mulheres costumam valorizar mais as políticas públicas. "A escolha por votar ou não em uma mulher depende mais das propostas do que do fator gênero", diz ele. Segundo o professor, as pesquisas de opinião sobre o voto feminino "demonstram que as mulheres costumam ser mais exigentes em relação a temas caros como o combate à corrupção".

Já o sociólogo e professor Marcos Rossi acredita que, devido às "perspectivas históricas", a mulher ainda vê o homem no papel de liderança. "As mulheres candidatas são menos votadas pelas eleitoras", destaca. De acordo com Rossi, essa tendência diminui entre as eleitoras mais jovens.


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