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Divergências?

Dirigente do PV critica propostas de presidenciáveis

Agência Estado
16 out 2010 às 15:51

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Na primeira reação pública de um dirigente verde às cartas de intenções de PT e PSDB, que tentam obter o apoio e o eleitorado de Marina Silva (PV), a resposta foi negativa. O vice-presidente do partido, deputado eleito Alfredo Sirkis (RJ), fez duras críticas em seu blog aos documentos apresentados por petistas e tucanos. Considerou ambos "fracos".

Há, no entanto, dois pesos às declarações de Sirkis. Um para a carta do PT e outro para a carta do PSDB. O dirigente verde é mais incisivo em relação ao documento apresentado pelos tucanos, que chamou de "pífio". "Dá a impressão de negligência, de ter sido feito ‘nas coxas’", observou, para, em seguida, enumerar pontos de divergência.

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Em sua crítica mais contundente, Sirkis afirma que os emissários do PSDB cometeram uma "gafe monumental" ao versar sobre o voto distrital. "O distrital é a morte dos pequenos partidos como o nosso. Nossa proposta é o distrital misto (sistema alemão). Deve ter sido por conta da pressa ou do descaso...", argumenta o dirigente.

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Para Sirkis, por outro lado, a candidata do PT, Dilma Rousseff, aceitou "ir mais longe" na questão do código florestal - ponto-chave para a convergência do apoio verde. "No documento, os tucanos ficam aquém inclusive do colocado na conversa. Não falam de reserva legal e tornam ainda mais imprecisos seus limites em relação às APPs (áreas de proteção ambiental)", anotou o dirigente do PV.

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As declarações de Sirkis reforçam o aceno do "corpo político" do PV para a independência como resposta final para o segundo turno. O presidente do PV de São Paulo, Maurício Brusadin, concorda. "Foi muita declaração de amor para pouca prova de amor", sublinhou, sobre as cartas de intenções de PT e PSDB.


Contudo, isso não significa que o partido permanecerá neutro na disputa. O "corpo técnico" da campanha de Marina descarta a falta de posição na disputa. "Pode haver independência, mas não neutralidade", disse ao Estado João Paulo Capobianco, coordenador da candidata do PV. "Isso seria uma desqualificação do processo eleitoral e um desrespeito com os nossos eleitores."

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Mesmo que não declare apoio a um candidato, afirma Capobianco, o partido continuará engajado na eleição, defendendo sua agenda de governo. Para ele, a princípio, nenhum candidato leva vantagem sobre o outro. "Nenhum dos dois dá importância estratégica à questão ambiental", afirmou.


Crachás ao alto. O veredicto dos verdes, no entanto, só sairá na plenária que o PV realiza hoje, às 10 horas, em São Paulo, quando entre 150 e 180 pessoas levantarão seus crachás em favor do presidenciável tucano José Serra, de Dilma, ou pela independência verde.

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Ontem à tarde, os dirigentes verdes estavam reunidos na capital paulista para afinar seus discursos. Além de quadros políticos do partido, o que inclui membros da executiva nacional e dirigentes estaduais, o PV enumerou seus participantes.


Estarão presentes os 11 candidatos aos governos estaduais e os 13 candidatos ao Senado de 2010, deputados federais com mandato e eleitos em 2010, cinco representantes do grupo de Programa de Governo, cinco representantes do Movimento Marina Silva e cinco representantes de entidades religiosas não ligadas ao partido.

A decisão deve ser norteada pelas respostas por escrito de Serra e Dilma - as quais Sirkis criticou duramente - à lista de 42 compromissos considerados essenciais pelos verdes, chamada "Agenda por um Brasil Justo e Sustentável". Entre eles, uma série de compromissos relacionados a questões ambientais que foram praticamente ignoradas nas campanhas do PT e do PSDB até agora, como o combate ao desmatamento e a promoção do uso de energias renováveis.


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