O PT exibiu na noite de hoje (28), no horário eleitoral gratuito da TV, direito de resposta à propaganda do candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra. Na última terça-feira (26), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu um minuto do tempo disponível à inserção tucana para que a candidata do PT, Dilma Rousseff, respondesse à acusação de que teria envolvimento com atos ilícitos supostamente cometidos por Valter Cardeal, ex-diretor da Eletrobras. O PT avaliou os ataques feitos pelo PSDB como "mentiras" e "fruto do desespero".
Apesar dessa crítica, o PT diminuiu a munição contra o adversário. O tom da peça exibida hoje se aproxima do adotado pelos petistas no início da disputa à sucessão do Palácio do Planalto. A peça voltou a apostar na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para atrair votos para Dilma e focou na apresentação da biografia da petista, que embargou a voz ao comentar episódios da sua vida - como quando falou sobre o nascimento da filha, Paula. "Quando nasce um filho, a gente se sente uma pessoa privilegiada."
Um dos poucos ataques feitos ao PSDB se referiram ao programa Luz no Campo, adotado pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). A candidata considerou de pouco bom senso uma iniciativa que cobrava uma pequena tarifa da população rural para oferecer luz elétrica. "Como você pode cobrar de alguém que não tem dinheiro? Era assim que se fazia no governo do FHC", acusou a petista. No final da peça, o presidente Lula pediu aos eleitores que votem antes de viajar no próximo feriado prolongado.
Já a propaganda do PSDB também deu uma trégua nas críticas ao PT. A inserção apostou na apresentação da biografia do candidato José Serra, com destaque para a sua atuação no Ministério da Saúde e a sua origem humilde. O tucano ressaltou que nasceu num bairro operário, na Mooca, e que desde os oito anos ajudava o pai, que trabalhava como feirante. "Nasci de baixo, numa casa de quarto e cozinha", afirmou. "Eu sei o que é ficar desempregado e o que é o salário acabar no final do mês."
O candidato do PSDB foi mostrado em cenas com eleitores, nas quais leu a Bíblia e tomou café com pessoas que apoiam sua candidatura. "Esse homem só fez bem para o povo", destacou o locutor. "E quando o povo generoso encontrou esse homem bom, o Brasil mudou", afirmou.
Os poucos ataques presentes na propaganda se referiram, de maneira indireta, à gestão do PT à frente do Palácio do Planalto. De acordo com o candidato, a educação, a saúde e a segurança retrocederam nos últimos anos. O tucano destacou ainda que os últimos escândalos da gestão do PT desiludiram os jovens. "A maioria dos jovens está desiludida com a política", afirmou.
Serra voltou a propor mutirões da saúde e a criação de um Ministério da Segurança Pública. No final da propaganda, o PSDB mostrou resultado das pesquisas Veritas e GPP de intenções de voto, que mostram crescimento de Serra e uma diferença mais apertada entre ele e Dilma do que os resultados apresentados por outros institutos. No final, o tucano frisou que Lula não vai estar mais em Brasília no ano que vem e disse: "Vou ficar honrado se o seu voto for para mim e vou dar o melhor para o País."