O governo federal e várias instituições estimam que a Reforma Tributária terá impacto desinflacionário para a maior parte da população, ao acabar com a cumulatividade dos tributos sobre o consumo e reduzir custos com burocracia e judicialização.
O efeito sobre os diversos tipos de bens e serviços vai depender, no entanto, dos efeitos das mudanças em cada cadeia de produção. Veja alguns desses estudos.
84% DAS FAMÍLIAS VÃO PAGAR MENOS PELA CESTA DE CONSUMO
Leia mais:
Espanha quer limitar venda de imóveis a estrangeiros e aumentar impostos para quem aluga
Londrina divulga mais de 500 vagas de emprego nesta segunda
Agências do Trabalhador do Paraná anunciam 17,3 mil vagas de emprego no Estado
Nota Paraná devolve créditos do ICMS a número recorde de consumidores
A Reforma Tributária reduz o custo da cesta de consumo de todas as famílias com renda de até 8 salários mínimos (cerca de R$ 10 mil atualmente). Ou seja, 84% das famílias brasileiras vão pagar menos pelos itens que consomem.
Os 16% que estão no topo da distribuição de renda, por outro lado, têm impacto inflacionário que chega no limite a 2,5 ponto percentual a mais de inflação na faixa acima de 30 salários mínimos.
Os dados são parte de estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e do movimento Pra Ser Justo. Todos os cálculos consideraram uma tributação uniforme para todos os bens e serviços, sem as exceções previstas no texto da reforma e que só serão conhecidas no próximo ano.
No cálculo por tipo de bem ou serviços, os pesquisadores estimam que itens de vestuário, bens duráveis, combustíveis, energia e telecomunicações vão ficar mais baratos. Os alimentos teriam redução de 0,1 ponto percentual, no cálculo que não considerou a alíquota reduzida e a isenção para alguns desses itens que vão ampliar essa queda.
Teriam aumento de preços transportes e aluguéis, mas a reforma também passou a prever tratamento diferenciado para esses gastos. Os serviços devem ficar mais caros, mas há exceções previstas que também podem minimizar esse impacto.
CESTA BÁSICA, EDUCAÇÃO E SAÚDE MAIS DESONERADOS
Estou de 2021 do Banco Mundial estimou queda nos preços de diversas categorias de produtos com a reforma. Haveria, no entanto, aumento para alguns grupos, que acabaram sendo beneficiados com isenções ou alíquotas reduzidas (alimentos, saúde e educação), o que deve reduzir esses preços.
Em 2023, um dos autores do estudo, o advogado, economista e consultor do Banco Mundial Eduardo Fleury, calculou que uma alíquota reduzida em 50% para alimentos e outros itens da cesta básica já reduziria em 1,7% os gastos dos consumidores com estes produtos.
Ele estima que os setores de educação e saúde também serão desonerados em relação à tributação atual.