Pagar uma tarifa mensal 73% mais barata que a convencional para ter acesso aos serviços do saneamento básico é a realidade de mais de 373 mil famílias do Paraná. Elas estão cadastradas no programa Água Solidária da Sanepar, que oferece uma tarifa residencial diferenciada para a população de baixa renda, cujo consumo mensal de água deve se manter em até 10 m³ (metros cúbicos) ou 2,5 m³ por pessoa.
Esse volume pode ser desafiador para algumas famílias e para contribuir com a redução do consumo, a Companhia reuniu a comunidade da Zona Norte de Londrina apresentando dicas sobre o uso racional da água e sobre conserto de pequenos vazamentos.
Na oportunidade também foi feita a negociação de débitos e o cadastramento para o programa Água Solidária. Para o cadastramento e a permanência no Programa, a família deve comprovar renda de até 2 salários mínimos ou, no máximo, meio salário mínimo por pessoa. A residência deve ter área construída de até 70 metros quadrados.
A assistente social da Sanepar, responsável pela atividade, Angela Pagani explica que as reuniões comunitárias são espaço de diálogo onde técnicos da empresa esclarecem dúvidas a respeito dos serviços prestados e também sobre os critérios para acessar a tarifa diferenciada.
Pagani lembra que o fator principal de acesso ao Programa é a vulnerabilidade social, mas que os hábitos de consumo precisam ser considerados. Por isso, o trabalho de sensibilização feito com os cidadãos em diferentes atividades. “Principalmente, nós mostramos pra eles como é possível consumir água dentro do limite para ter acesso ao Água Solidária”, destaca.
Em geral as dicas são conhecidas: banhos rápidos, escovar os dentes com a torneira fechada, reaproveitar a água da lavagem das roupas e varrer o quintal com a vassoura, antes da lavagem.
Quem já dá aulas de como economizar é o aposentado Vicente Alves Simões Neto, que após participar de reunião na Zona Norte, garantiu o acesso à tarifa mais barata. “Gostei das palestras e fiz a baixa renda; então vou sair feliz”, conta. Morador do Conjunto Luiz de Sá, ele relata que o uso racional da água é rotina na sua casa. “Deixo o chuveiro desligado. Vou ligar na hora de tirar o sabonete”, diz.
Na residência de Vicente moram, também, a esposa e a cunhada. Tudo indica que ele é um grande fiscal do uso da água e que a partir da adesão ao Água Solidária vai fazer ainda mais economia. “Agora que eu fiz a adesão à baixa renda? Nossa! Agora que eu quero fazer mais ainda, tem que andar certinho porque é uma vantagem. Se você economiza 10, 20 ou 30 reais aqui, já dá pra comprar outra coisa”, ressalta.
Cuidado com vazamentos
Identificar e consertar vazamentos também fazem parte do esforço para ter o consumo mensal dentro do limite estabelecido no Água Solidária. Uma torneira pingando pode representar o consumo de uma pessoa no imóvel. Trocar o vedante da torneira, portanto, custa muito pouco diante do benefício da tarifa reduzida. A Sanepar ensina como realizar esses pequenos consertos promovendo curso para encanadores.
Na Zona Norte de Londrina, a segunda turma do curso de manutenção hidráulica pensado para mulheres deve ser realizada ainda em agosto. O conteúdo é preparado para que as participantes saiam com um olhar sobre o quanto cada perda de água impacta no consumo mensal.
“Vou participar. Quero aprender a arrumar uma torneira pra não ficar pingando”, comenta Claudete Gomes Euzébio, moradora do Jardim Belém, que soube do curso durante a reunião promovida no CRAS Norte B. Ao lado das filhas Yasmim, 8 anos, e Ymaryá, 5, Claudete permaneceu atenta às explicações dos técnicos sobre os pontos do imóvel onde se consome e se perde água. “Aprendi como aproveitar mais a água e não desperdiçar”, resume.
Acesso ao benefício
Gerson Landinho dos Santos, líder comunitário do antigo assentamento Shekinah, que agora foi urbanizado e integrado ao Jardim Vivi Xavier, conta que nem todos os vizinhos têm o benefício do Água Solidária, porque não se enquadram na renda ou no padrão de consumo. Ele elogia a presença da Sanepar na comunidade com todas as orientações sobre os serviços. “Eu sou muito grato por estas reuniões que estão fazendo. É bom pra melhoria da vida da gente que mora no bairro. Os cursos que tiverem pra fazer, a gente vai fazer”, comenta.
Para fazer o cadastramento no Programa Água Solidária, é necessário apresentar a conta mensal de serviços de água e esgoto da Sanepar; IPTU atual do imóvel, dos moradores: RG, CPF ou certidão de nascimento para menores de 18 anos; Carteira de Trabalho e último contracheque e, para aposentados, o extrato do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do último salário. Usuário cadastrado em algum benefício dos Governos Federal, Estadual ou Municipal deverá apresentar o último extrato contendo o valor recebido.
No programa Água Solidária, a tarifa de água (até 5 m³) é de R$ 13,49, enquanto na tarifa residencial normal é de R$ 50,42. Para os mesmos 5 m³, o serviço de água e esgoto fica em R$ 20,24 para os inscritos no Água Solidária. Na tarifa normal, os dois serviços custam R$ 90,76.