Apesar da crise econômica e da possibilidade de racionamento, as montadoras paranaenses tiveram um acréscimo de 24% na produção do mês de maio se comparado ao mês anterior. Foram produzidos 22 mil veículos, o que corresponde a 10,97% da produção nacional. A previsão é a de alcançar 12% da produção nacional até o final deste ano.
Se comparado ao ano passado, houve um crescimento de 93%. "Os motivos para o impulso no primeiro semestre foram vários. O principal foi que as empresas resolveram acelarar a produção por causa do racionamento de energia", analisou.
De acordo com o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Cid Cordeiro, a produção em maio fez com que o Paraná entrasse num novo patamar no setor automobilístico, atingindo mais de 22 mil unidades.
A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) das empresas montadoras cresceu em 54% nos valores pagos este ano em relação ao ano anterior. A média do abono em 2000 foi de R$ 1,3 mil. Este ano, a média de valores pagos será de R$ 2 mil - um acréscimo total de R$ 5,7 milhões.
O dinheiro injetado na economia paranaense com o pagamento da primeira parcela da PLR deverá ser de R$ 7,2 milhões, que serão distribuídos para 7,9 mil trabalhadores. Os valores apenas correspondem às negociações feitas com a Renault, a Volkswagem, a Volvo e a Case New Holland.
A previsão dos sindicalistas é a de que se forem somadas outras 30 empresas do setor que já negociaram, os valores poderão chegar a R$ 30 milhões. "Estamos comemorando. Mas não podemos apenas pensar em PLR, temos que pensar também em emprego", salientou o diretor de educação do Sindicato dos Metalúrgicos, Clementino Tomaz Vieira.
Um dos pontos negativos destacados no encontro foi o índice de nacionalização de peças, que deveria ser de 60%. No entanto, as peças são trazidas de outros países e apenas pintadas no Brasil. A defasagem financeira entre exportação e importação no ano passado no Paraná chegaria a US$ 59 milhões.
A montadora que mais tem investido na exportação é a Volskwagem. Dos 9,5 mil veículos produzidos, 5,3 mil (56%) foram exportados. A Renault foi a que teve a menor participação. Dos 10,7 mil veículos produzidos, apenas 490 foram exportados (10,09%).
Outro ponto negativo destacado foi o número de demissões. Foram demitidos 201 funcionários no mês de maio em relação ao mês anterior. As montadoras que mais demitiram foram a Volkswagem, a Volvo e a Crysler.
No caso da Crysler, os sindicalistas não prevêm melhorias. Eles acreditam que novos funcionários sejam demitidos durante os 90 dias de férias coletivas da montadora e que depois, a empresa tenha que fechar as portas. "Ela deve estar tomando um fôlego para capitalizar o que deve para o Estado em ICMS, cerca de R$ 100 milhões. Depois vai fechar, com certeza", previu Vieira.
As demais montadoras deverão continuar tendo recorde de produção. A tendência é a de que não ocorram demissões significativas.