SÃO PAULO, 3 de abril de 2017 /PRNewswire/ -- Em comparação a janeiro de 2016, o volume de vendas do comércio varejista restrito apresentou retração de 7,0% em janeiro deste ano. Este foi a vigésima segunda queda consecutiva nessa base de comparação, reforçando o quão aguda tem sido a recessão econômica para o setor comercial. Comparando à dezembro de 2016, a queda foi de 0,7%, impactado pela retração de seis dos oito segmentos comerciais considerados na pesquisa. Apenas os segmentos Hiper, super, alimentos, bebidas e fumo (0,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (4,1%) obtiveram bons resultados ? sendo que o primeiro é o de maior peso da pesquisa, e o segundo foi influenciado pelas ofertas de queima de estoque do Natal.
Até mesmo o segmento de produtos farmacêuticos e perfumaria, que tende a ser mais resiliente às crises devido à essencialidade dos produtos ofertados, no primeiro mês de 2017 apresentou queda de 1,1% acumulando uma retração de 2,6% nos últimos 12 meses. Todos esses aspectos confirmam que ainda não foi encontrada a estabilidade na economia, mesmo com as mudanças governo federal e os novos direcionamentos apontados por sua equipe econômica e pelo Banco Central ? que tem se esforçado para imprimir um status de maior credibilidade no sistema, elevando a confiança dos agentes e, por conseguinte, o consumo e o investimento.
O varejo ampliado, por sua vez, sofreu variação de -1,7% na receita nominal e -4,8% no volume de vendas, comparando a janeiro de 2016. Este resultado foi influenciado pela forte queda nas vendas de Veículos, motos e autopeças (-4,6%) que correspondeu sozinho por mais de 20% da queda no resultado geral do varejo ampliado. No entanto, o principal vilão foi o segmento de Hiper, super, alimentos e bebidas, que respondeu por quase 44% da queda na mesma base de comparação. As vendas de materiais de construção, por sua vez, retrocederam 0,3% em volume no mesmo período.
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Vale ressaltar que apesar da receita nominal mostrar um resultado positivo no acumulado 12 meses (4,2%), quando descontada a inflação do período (5,35%) a variação real da receita do comércio varejista restrito ainda apresenta queda de 1,2% no período.
Projeção Lafis: Apesar da expectativa de que as vendas de fim de ano e o controle da inflação estimulassem as vendas no varejo, os dados mostram que a intenção de compra do consumidor continua baixa. Os tradicionais "saldões" de janeiro colaboraram com o setor de vestuário, mas não foram suficientes para aquecer o setor de eletrodomésticos e móveis, por exemplo. Isso indica que o consumidor ainda não está disposto a investir em bens duráveis e semiduráveis, uma vez que os mesmos, via de regra, dependente de crédito para serem adquiridos. Este resultado vai de encontro às expectativas ainda não tão otimistas quanto à reação econômica em 2017, apesar dos indicadores neste sentido terem apresentado melhora nos primeiros meses do ano.
Especialista do setor de Comércio Varejista: Robson Poleto
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FONTE Lafis Consultoria