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Crise financeira

Empresas prevêem queda no nível de emprego

Agência Estado
31 dez 1969 às 21:33

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A freada nos planos de investimento das indústrias para 2009 virá acompanhada de redução no nível de emprego. Para o ano que vem, 42% das 658 indústrias consultadas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informaram que planejam corte no quadro de trabalhadores.

A Pinhalense Máquinas Agrícolas, especializada na fabricação de equipamentos para beneficiamento de café, por exemplo, dispensou nos dois últimos meses 70 dos 450 funcionários. "Já tiramos o pé do acelerador", conta o diretor comercial, Loureiro Del Guerra. A demissão dos funcionários ocorreu porque as vendas ficaram paradas nos últimos 30 dias por causa da falta de crédito. "O preço das nossas máquinas varia entre R$ 30 mil e R$ 1 milhão", diz o empresário, ressaltando a importância do financiamento na promoção dos negócios da empresa. Ele conta que as linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que financiam as vendas de seus produtos foram reabertas recentemente. "Mas o mercado ainda continua em compasso de espera."

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O resultado da interrupção no volume de vendas fez a empresa cancelar temporariamente um investimento de R$ 7 milhões que faria no ano que vem para ampliar em 20% a capacidade de produção da fábrica instalada em Espírito Santo do Pinhal (SP). "Não vamos dar o passo maior que perna", diz Del Guerra.

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Apesar de uma fatia significativa de indústrias (42%) demonstrar a intenção de demitir no ano que vem, o economista André Rebelo, responsável pela pesquisa da Fiesp, pondera que 46% das empresas consultadas planejam manter o número de funcionários.


"O cenário do emprego industrial para 2009 é de criação menor de postos de trabalho, não de desemprego, porque há expectativas de crescimento de vendas no mercado interno", observa Rebelo. De acordo com a pesquisa, enquanto 43% das indústrias esperam queda de vendas no mercado interno, 33% projetam estabilidade em relação a 2008 e 23%, aumento. "Não se trata de uma parcela desprezível quando se tem 20% das empresas projetando aumento de vendas domésticas."

Ele ressalta também que o fato de a metade das empresas ter a intenção de reduzir as importações de produtos e componentes poderá abrir novas oportunidades para a indústria nacional ampliar a produção. O cenário para 2009, observa Rebelo, é de desaceleração da taxa de crescimento econômico, mas não de estagnação.


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