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Um mês após tragédia, população em abrigos no Rio Grande do Sul é maior que 90% dos municípios do estado

Lucas Lacerda - Folhapress
29 mai 2024 às 09:45

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- Gustavo Mansur/Palácio Piratini
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O Rio Grande do Sul tem mais de 630 mil pessoas fora de suas casas após as chuvas que deixaram ao menos 169 mortos e que completam um mês nesta quarta-feira (29). Até as 9h de terça (28) havia 48.789 pessoas em abrigos e 581.638 desalojadas, segundo os números mais recentes do governo do estado.

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Os registros também contam 806 feridos entre 2.345.400 de afetados no estado. Milhares de pessoas ainda estão sem energia elétrica, e ao menos nos registros, o abastecimento de água no estado feito pela Corsan foi normalizado.

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Em Porto Alegre, o acúmulo de lixo e partículas na água tem dificultado o tratamento de água, segundo o Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos).


Embora desabrigados e desalojados tenham deixado suas casas, danificadas ou não, o primeiro grupo se diferencia por precisar ficar em abrigos temporários. Esse número atingiu seu pico em 12 de maio, com 81.200 pessoas abrigadas.

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A quantidade mais recente de pessoas nessa situação (48.789), informada às 18h de terça pelo governo do RS, é maior que as populações de 451 cidades do estado, que tem 497 municípios ao todo –o que representa 90% das cidades gaúchas.


Já os 581 mil desalojados representam 5,3% dos 10.882.965 habitantes do Rio Grande do Sul, segundo dados do Censo Demográfico de 2022. O pico de desalojados foi em 23 de maio, com 581.643 pessoas fora de casa.

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Mas deixar a própria residência, mesmo para buscar segurança nas casas de parentes ou amigos, é uma decisão delicada. Na segunda semana de maio, moradores do centro de Porto Alegre, por exemplo, ponderavam a escolha em meio a incertezas.


A decisão era tomada, muitas vezes, por causa da falta de previsão de retorno de luz e água. Por outro lado, as pessoas acabavam seguindo o movimento de vizinhos que deixavam as casas.

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De acordo com informações da Corsan no boletim do governo, não há mais afetados por falta d'água nas 317 cidades do RS abastecidas pela companhia. Em 22 de maio, a empresa, que começou a ser operada pela Aegea no ano passado, informou ao estado que solucionava problemas em pontos específicos.


As pessoas sem água nas torneiras chegaram a 1 milhão em 4 de maio, ainda na primeira semana de temporais, data com 55 mortes confirmadas. Naquele dia, o nível do lago Guaíba chegou a 5,29 metros de altura, e ainda seguia em elevação. Às 19h desta terça, o sistema do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento do governo apontava 3,81 metros.

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Ainda, 114.733 pessoas estavam sem energia elétrica até as 18h desta terça, a horas de a tragédia completar um mês. Os dados do boletim diário do governo do RS somam o público atendido pelas concessionárias CEEE Equatorial e RGE Sul. O número chegou a 459.063 clientes no estado em 8 de maio.


Em Porto Alegre, 15 mil pessoas ainda estão sem energia, segundo a CEEE Equatorial, após a interrupção do fornecimento por segurança. A companhia diz que faz inspeções periódicas para restabelecer o serviço onde for possível.

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Como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, moradores começam a voltar para suas casas enquanto parte dos bairros ainda está alagada.


Outro problema é a interrupção de telefonia e internet, situação que persiste em uma das cidades afetadas desde o início das chuvas. O pico foi em 4 de maio, com 186 municípios sem os serviços, restabelecidos ao longo dos dias pelas empresas Tim, Vivo e Claro.


Com 4.601 habitantes, Muçum, a 115 km da capital gaúcha, ainda não teve o serviço retomado. A Vivo, responsável pela operação, afirmou que ainda há instabilidade temporária no município, mas que os clientes podem usar telefone e internet nos celulares até o restabelecimento.


"Para usar a tecnologia, é preciso ativar nos aparelhos celulares a opção Roaming e Seleção Automática de Operadora."


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