A queda de um avião com 61 pessoas a bordo nesta sexta-feira (9) em Vinhedo, no interior de São Paulo, é a mais letal em solo brasileiro desde 2007, segundo dados da Aviation Safety Network.
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Em 17 de julho de 2007, um acidente nos arredores do aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital, causou 199 mortes. O voo 3054 da TAM tinha partido de Porto Alegre com 187 pessoas a bordo. Não houve sobreviventes. Outras 12 vítimas estavam em terra.
Ao tentar pousar, o Airbus-A320 chegou a tocar a pista, mas não conseguiu parar. A aeronave atravessou a avenida Washington Luís e colidiu contra um edifício.
Em 2009, a queda do voo Air France 447, que seguia do Rio para Paris, ocorreu em águas internacionais do Atlântico, a cerca de 565 quilômetros da cidade de Natal. Morreram todos os 228 ocupantes do Airbus A330-200.
Com 61 mortes, o acidente de Vinhedo também fará de 2024 o ano mais letal da década na aviação do país, elevando de 49 para 110 o número de fatalidades em 28 acidentes aéreos neste ano, segundo o Painel Sipaer, um serviço de estatísticas do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) que compila dados de acidentes nos últimos dez anos.
Antes, o maior número anual de óbitos desta década havia sido registrado em 2016, com 104 vítimas acumuladas em 45 ocorrências.
Considerando as ocorrências apenas no estado de São Paulo, a tragédia desta sexta coloca 2024 muito adiante em número de mortes em acidentes com aeronaves desde 2014.
O maior registro anual de óbitos em solo paulista na década também havia sido registrado em 2016, com 16 fatalidades. Até esta sexta, eram oito os óbitos em acidentes aéreos neste ano em São Paulo.
Desde 2014, 305 acidentes com aeronaves haviam ocorrido em São Paulo até esta sexta, entre os quais 71 resultaram em fatalidades, com 145 pessoas mortas.
O que caiu em uma área residencial de Vinhedo nesta sexta era da companhia Voepass, antiga Passaredo, um modelo ATR 72-500.
O avião, que viajava de Cascavel (PR) para Guarulhos (Grande São Paulo), caiu, segundo a corporação, na altura do número 2.500 da rua Edueta, no bairro Capela. Segundo a Voepass, o voo 2283 tinha 57 passageiros e 4 tripulantes a bordo.
Segundo os últimos dados divulgados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o RPK (indicador utilizado pelo setor para mediar a demanda) registrado pela Voepass correspondia a cerca de 0,6% da participação de mercado em junho deste ano.
A empresa fica atrás das três principais companhias do setor -Azul, Latam e Gol-, que detêm, juntas, mais de 99% da demanda do mercado.
ACIDENTES AÉREOS MAIS GRAVES DO BRASIL
Em número de mortes por ocorrência
Mortes - Voo - Quando - Onde - O que aconteceu
228 - Air France 447 - 1.jun.2009 - Oceano Atlântico, águas internacionais - Equipamentos para medir a velocidade congelaram
199 - TAM 3054. - 17.jul.2007 - Aeroporto de Congonhas, São Paulo (SP) - Não conseguiu parar na pista molhada ao pousar
154 - Gol 1907 - 29.set.2006 - Serra do Cachimbo (MT) - Colisão no ar com um jato Embraer Legacy 600
137 - Vasp 168 - 8.jun.1982 - Pacatuba (CE) - Colisão com o solo por possível erro humano
98 - TAM 402 - 31.out.1996 - Jabaquara, São Paulo (SP) - Após decolar, o reversor (tipo de freio) foi acionado
61 - VoePass 2283 - 9.ago.2024 - Vinhedo (SP) - O avião caiu verticalmente por motivo desconhecido
61 - Real - 25.fev.1960 - Rio de Janeiro (RJ) - Erro da torre causou colisão com avião da Marinha dos EUA
55 - Transbrasil 303 - 12.abr.1980 - Florianópolis (SC) - Colisão com o solo por possível erro humano
54 - Real 435 - 24.jun.1960 - Rio de Janeiro (RJ) - Caiu no mar da Baía de Guanabara por causas desconhecidas
52 - Aerolíneas Argentinas 322 - 23.nov.1961 - Aeroporto Viracopos, Campinas (SP) - Possivel erro do piloto ao instruir co-piloto na decolagem
51 - Panair do Brasil 099 - 28.jul.1950 - Gravataí (RS) - Sob condição climática ruim, avião colidiu com morro
Fontes: Aviation Safety Network