O Exército afastou 30 militares que integram a Força de Pacificação do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, por suspeita de furto de objetos de uma casa da comunidade. Outros 23 policiais militares que trabalhavam na mesma área também tiveram que deixar as atividades, conforme determinação do Comando Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
De acordo com nota da Força de Pacificação, a medida foi tomada após denúncias feitas por outros militares que atuavam na comunidade da Fazendinha, de que o tenente comandante do pelotão teria se apropriado de um aparelho de ar-condicionado e de objetos que estavam em uma casa abandonada. O comandante da Força de Paz na região, general Fernando Sardemberg, afastou imediatamente o grupo que estava de serviço.
Ainda segundo a nota, também foi aberto um processo investigatório, que deve ficar pronto em dez dias, para esclarecer o ocorrido. Se o resultado apontar indícios de crime, um Inquérito Policial Militar (IPM) será instaurado, dando início a um processo judicial "que irá apurar as responsabilidades com o máximo rigor da legislação, podendo, inclusive, resultar na expulsão dos militares envolvidos".
De acordo com o coronel Antônio Manuel de Barros, da 26ª Brigada de Infantaria Paraquedista, responsável pelas ações no interior das favelas da região, a medida faz parte da ideologia da Força de não admitir desvios de conduta.
"O general Sardemberg determinou que esses desvios não poderiam ser admitidos. A medida pode parecer rigorosa demais, mas é importante para garantir a credibilidade das tropas", afirmou o coronel em entrevista à Agência Brasil.
Segundo o coronel Barros, os trabalhos na região prosseguem "intensos e difíceis", mas têm resultado positivo, na opinião do militar, porque garantem a rotina de tranquilidade aos moradores.