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Após desabamento de viaduto em Belo Horizonte, prefeitura fará "exames adicionais" em obra

04 jul 2014 às 19:31

O desabamento de uma construção sobre a Avenida Pedro I, em Belo Horizonte (MG), levou a Secretaria de Obras e Infraestrutura da capital mineira a anunciar que todos os viadutos que fazem parte do chamado BRT (Bus Rapid Transit) passarão por novas inspeções. "As etapas que levam à aprovação de um empreendimento desta natureza são muito detalhadas. Nenhum exame de teste, nenhum ensaio técnico, nenhuma medida preventiva deixou de ser feita em todas as obras [do BRT]. Evidentemente, procurando garantir a satisfação que a opinião pública merece, a prefeitura conduzirá exames adicionais", anunciou, hoje (4), o secretário municipal José Lauro Nogueira.

Ao ruir, por volta das 15h de ontem (3), toneladas de ferro e concreto atingiram um micro-ônibus, um carro e dois caminhões, matando duas pessoas e ferindo ao menos 22 pessoas. Os escombros também interditaram uma das principais opções de acesso entre a zona norte de Belo Horizonte e o Estádio Mineirão, que sedia, na próxima terça-feira (8), uma das partidas das semifinais.


Durante entrevista coletiva, Nogueira confirmou que todo o Viaduto Guararapes terá que ser demolido – informação confirmada pela construtora responsável pela obra, a Cowan. Ainda de acordo com o secretário, tão logo os órgãos técnicos e a Polícia Civil concluam as perícias e liberem a área, a prefeitura e as empresas responsáveis começarão a liberar a via.


Inicialmente prevista para ser entregue em junho, a obra estava em fase de acabamento, com previsão de ser concluída no final deste mês. Todo o complexo de obras necessárias à implementação do BRT belo-horizontino está sendo executado pela Cowan que, em nota divulgada esta tarde, garantiu que todos os procedimentos e material usado passaram pelos testes obrigatórios sem apresentarem qualquer problema, atendendo a todas as normas vigentes.


A Cowan informa que, em 56 anos de atuação e centenas de obras de grande porte, nunca registrou um acidente como esse. Apesar disso, no início de fevereiro deste ano, outro viaduto que estava sendo construído para a implementação do BRT, o Montese, teve que ser interditado devido a um problema estrutural – parte do viaduto em construção se deslocou, lateralmente, cerca de 30 centímetros em relação ao resto da estrutura. A construtora descartou qualquer relação entre os dois fatos, garantindo se tratar de obras "independentes e distintas".


Na mesma nota divulgada há pouco, a Cowan disse ter colocado uma equipe de psicólogos, médicos e assistentes sociais à disposição das vítimas que sobreviveram ao acidente e aos parentes dos mortos e feridos. Segundo a construtora, peritos foram contratados para avaliar as causas do acidente. Os resultados devem ser apresentados em até 30 dias.

Mais cedo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, confirmou que as obras do BTR receberam recursos federais, pois o projeto faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana, mas disse que a responsabilidade pelo projeto e por fiscalizar os trabalhos é da Superintendência de Desenvolvimento da Capital, autarquia da prefeitura da capital mineira. Até agora, o empreendimento custou R$ 713 milhões, dos quais R$ 311 milhões vieram do PAC. O projeto custou R$ 5,1 milhões, pagos pela prefeitura.


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