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Em Vernissage-Fantasma, quem for Médium será Rei

08 fev 2018 às 11:44

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Dando seqüência ao receptáculo de absurdos, tecerei um breve comentário sobre outro fato (Outra Lenda, obviamente!) que teria transcorrido numa cidade muito importante, de um mundo distante e fantástico, envolvendo criaturas de seu "grand monde" (alta sociedade)

Tariii Tarááá, pobre pobre Filosofia!!!... Bando de letrinhas que etimologicamente carrega os termos gregos: filos (amigo) e sofia (sabedoria). Heródoto de Halicarnasso (484 – 425 a.C.) teria, pela primeira vez, utilizado-a sob a forma verbal: "filosofar", querendo dizer: "empregar todas as forças por obter conhecimentos". Um século antes, Pitágoras de Samos já havia se assenhoreado do vocábulo para descrever o seu próprio ofício: "de alguém que vive a estudar e a pregar a sabedoria". Sem dúvida, já naquela época, os sábios-professores procuravam abrir os olhos de seus seguidores e de todas as gentes, atingindo, na verdade, um reduzidíssimo grupo de ouvintes. De lá pra cá a quantidade de néscios ("tongos" e "dârdi-dârdis") vem povoando a Terra em progressão geométrica, deixando aqueles (as) que buscam colocar em prática a arte de viver bem (e de permitir o mesmo para o próximo) - o que trata a Filosofia -, sempre, sufocados numericamente em bastiões isolados. Bom, só para completar esse primeiro parágrafo, admite-se que o primeiro filósofo grego tenha sido Tales de Mileto (por volta de 624 – 546 a.C.), um dos integrantes da controversa lista dos chamados "Sete Sábios da Grécia".


Num tempo em que não havia telescópio, microscópio, nenhuma máquina que pudesse auxiliar o homem em suas pesquisas e descobertas científicas, Tales – apenas com o seu cérebro e capacidade imagética e de observação – prenunciou que todas as coisas advêm da substância original: água. Ora, até nos dias hodiernos a teoria mais aceitável sobre a origem das espécies animais confirma a hipótese talética. É mole?! Querem mais? Existiu um outro "doido" (filósofo, pra variar), trácio de nascimento, que aprendera com o mestre Leucipo (V século antes de Cristo): o Atomismo, e o elaborou e sistematizou; seu nome: Demócrito (c. 460 – 370 a.C.). Os dois presumiram a existência do átomo! Demócrito teve também o vislumbre de declarar com convicção que as coisas vivas (incluindo os seres humanos), no princípio, brotaram da lama. Não sei se posso concordar com esta asseveração, mas tenho a certeza de que a besta humana muito fez para se encontrar atolado nela.

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Vamos à atração principal: inegavelmente, a mais uma demonstração da idiossincrática capacidade "evolutiva" humana de superar as suas incríveis imbecilidades precedentes. Relata a tradição oral que numa cidade universalmente poderosa (o que em termos terráqueos poderia se equiparar, por exemplo, a: New York), um importante (e renomadíssimo, e reconhecidíssimo) "artista" organizou uma exposição de um modo "pós-ultramodernista jamais visto", literalmente. Escolheu um lugar chiquérrimo, convidou a fina flor da sociedade e imprensa badalativas, e apresentou as suas fantásticas obras (esculturas, pinturas) invisíveis à venda. Desnecessário dizer que foi um sucesso absoluto. O genial espertalhão (Oh, desculpem-me!): "artista" encheu os bolsos, os seus privilegiados admiradores ficaram felizes com todas as compras que puderam realizar. Que inveja de não fazer parte desse mundo utópico, perdendo a chance de adquirir maravilhosos objetos artísticos de alguém tão superior, e o melhor de tudo: pagando com meus soberanos (libras esterlinas) e/ou cartões de crédito... Invisíveis.


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