O tempo é o verdugo – avança
com seu exército de horas.
Árida contenda atinge os relógios.
Feridos, os corpos arredondados escorregam,
derretem e, confusos,
marcam horas diferentes.
Um silencio absurdo
– vertiginoso – estende-se pela tela de Dalí,
galopa entre os objetos: os relógios,
a oliva, e esse ser dormido, o mar, as rochas,
e o sol que ilumina, longinquo,
todos são vitimas de Cronos.
(do livro inédito de Isabel Furini)