São horas de parar
no relógio cansado do crítico.
A poesia só pode ser vista
do outro lado do vidro.
Nunca mais ler um poema
sem nenhum outro motivo
do que o de querer
provar de seu visgo.
Maldição de só pensar
pela estrutura do artigo,
sem poder sentir livre
o que contém um livro.
O poeta morreu lúcido,
catalogando delírios.
Poema sobre o exercício da crítica, de meu livro O pisador de horizontes, de Miguel Sanches Neto.