Cleide saía do prédio quando viu o velhinho do quarto andar, Dom Antônio, caminhando a passo lento. Assegurou a porta de vidro para que não se fechasse, só por educação. Devagar... devagar... um passo atrás de outro.... o velhinho avançava com a velocidade de uma tartaruga e Cleide ansiosa, porque precisava chegar rápido ao Banco. Por fim, o velhinho alcançou a porta e agradeceu várias vezes.
– O senhor vai caminhar, Dom Antônio? Perguntou Cleide
– Sim, vou caminhar um pouco... – respondeu com voz trêmula enquanto colocava um pé na calçada.
– Vai até o Passeio Público? Lá é muito bom para fazer caminhada... E fechou a porta.
– Não! - Quase gritou ele – o Passeio Público é muito longe, muito longe...
– Dom Antonio, corrigiu Cleide, o Passeio Público é perto, são quatro quadras.
– Para você é perto... para mim é longe – corrigiu Dom Antônio dando um passo
– eu só caminho até a esquina e volto. Faço isso todos os dias de manhã e à tarde...
– Boa ginástica, Dom Antônio! – disse Cleide com ironia.