Falando de Literatura

O Monge e o Executivo (resenha)

08 fev 2011 às 22:23

Esse livro já vendeu mais de 2.000.000 de exemplares só no Brasil!!! E muitos intelectuais comentam que as pessoas não gostam de ler. Muitas pessoas gostam de ler livros que proporcionem entretimento e bons conselhos.
Especialmente livros motivacionais, obras que ajudem a acreditar que ainda existe bondade no mundo, e que existem caminhos de fácil acesso para chegar ao êxito. E essa é, justamente, a linha editorial de O Monge e o Executivo, de James C. Hunter.


O autor é instrutor, palestrante e consultor chefe de uma empresa de consultoria de relações de trabalho e de treinamento há mais de 20 anos. No livro ele apresenta conceitos fundamentais para melhorar a capacidade de liderança.


John Daily, o personagem principal, é um homem de negócios bem-sucedido, casado e pai de dois filhos, um deles adotado. De repente John percebe que está fracassando como chefe, marido e pai. Decide participar de um retiro num pequeno mosteiro. Nesse lugar os frades viviam uma vida simples, de oração, trabalho e silêncio.


"Ache Simeão e ouça-o!". Esse nome Simeão, perseguia John Daily desde criança, e uma agradável surpresa o esperava no mosteiro. Leonard Hoffman, um ex executivo que abandonou tudo procurando a realização espiritual era chamado de Simeão.


No retiro Simeão argumentou que a base da liderança não é o poder, mas sim a autoridade, conquistada com amor, dedicação e simpatia. John aprende que um líder de sucesso é um líder servidor. Sua característica mais marcante é que respeita os seres humanos. Isso lembra algumas conferências do filósofo indiano Krishnamurti (Liberte-se do passado, editora Cultrix), quem proclamava a necessidade de respeitar os outros e falava que a sociedade de consumo trocou os valores, ela ensina a valorizar os objetos e a usar os seres humanos como meios para atingir alguma finalidade.


Simeão dá conselhos eternos, entre eles que é importante saber ouvir e saber falar. Ter firmeza de propósito, pois ter projetos mantém a mente jovem. Um bom líder é honesto, confiável. Encoraja positivamente as pessoas.


O livro separa liderança de gerenciamento. Enquanto o gerente organiza coisas, objetos, o líder é capaz de influenciar os homens. Incentiva-os para que trabalhem com entusiasmo e atinjam metas pensando no bem comum.


O líder tem autoridade. Autoridade é a capacidade de influenciar as pessoas, de conseguir que outras pessoas façam o que desejamos – o autor parte da premissa positiva: aquilo que desejamos é bom para os outros. Compara o ambiente de trabalho a um jardim. Para que as plantas possam se desenvolver são necessários vários elementos: terra fértil, água, remoção de pragas e o trabalho de um jardineiro.


Uma metáfora muito semelhante usou Froebel. Em 1840, Froebel fundou o Primeiro Jardim de Infância (Kindergarten), para esse pedagogo as crianças eram pequenas sementes que, adubadas e expostas a condições favoráveis em seu meio ambiente, desabrochariam para o bem. Para isso só precisavam de um "jardineiro" que capaz de amá-las e encorajá-las.

Em síntese, O Monge e o Executivo, mostra um modelo de liderança baseado na boa vontade e no amor. Liderar é servir. O bom líder tem habilidade e influência. Lamentavelmente, sabemos que muitos manipuladores também têm habilidade e influência, será trabalho do leitor, então, separar o joio do trigo.


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