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Natal - Poema de Sonia Cardoso

11 dez 2017 às 21:13

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Os pés do menino pousam suavemente
no asfalto ainda abrasado pelo calor do dia.

No lusco fusco, ouve piadas maldosas a respeito
de suas sandálias rústicas, suas roupas estranhas.

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Vê velhos, jovens e também crianças nas sarjetas,
cheiros diversos, miséria financeira e moral.

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Afasta-se até uma construção grande, periféricamente
Iluminada, nas escadas é barrado:
- Fora fedorento se entrar te arrebento.

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Um casal sorridente, perfumado desvia Dele com ar de nojo, sem perceber que
Ele cheira a incenso, Seus pés tem um finíssimo halo
de ouro e em toda


Sua figura um rastro de ungüento - saúde eterna

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Acariciando a cabeça de um cachorro de rua, único que
O reconhece e prostrado Lhe lambe as mãos


Observa aquele fragmento da humanidade que célere a pé ou
motorizado, passa em todas as direções, suspira _2016 anos não
foram suficientes para eles.

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Sem que ninguém perceba, Ele e o cachorro desaparecem.


Feeeliz natal!

Sonia Cardoso - é poetisa e romancista.


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