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Entrevista com o escritor Kerley Carvalhedo

21 jan 2019 às 08:56

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Escritor Kerley Carvalhedo -
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Nosso entrevistado é o escritor Kerley Carvalhedo.

Kerley Kennedy Carvalhedo é escritor e cronista, escreve sobre cultura e comportamento humano por meio de crônicas, cujo estilo rendeu-lhe premiações e reconhecimento pelo país. Integra coletâneas no Brasil, Argentina, Chile, Portugal e Espanha. Seus textos já foram publicados em Revistas, Livros, Blogs e Jornais. Autor dos livros: "Há Tanto Tempo Que Te Amo e K Entre Nós".
Atualmente é colunista dos Jornais DiárioRS (RS), Jornal Portal Canaã (PA) e editor da Revista digital MKLAY BRASIL. Publica quinzenalmente na revista Palavra Comum – Galiza/Espanha. Já foi freelance em importantes jornais como O Agora e Folha de Londrina PR. Recebeu homenagens e reconhecimentos, entre elas estão a de medalha cultural do Projeto Poetizar o Mundo 2018; Menção Honrosa pela Academia Tucuruiense de Letras. Reconhecimento pelo jornal DiárioRS: (Prêmio Colunista destaque do ano) 2018; Monção de Aplausos pela Câmara Municipal de Breu Branco entre outros. É Membro imortal da Academia Tucuruiense de Letras.

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Quais são seus autores preferidos?

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Eu já li de quase tudo publicado pelos nossos mestres da literatura brasileira, entre eles estão o Machado de Assis, Nélida Piñon, Marcelo Rubens Paiva, Rachel de Queiroz, Ignácio de Loiola Brandão, Lygia Fagundes Telles, Moacyr Scliar, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar e Mário Quintana. Já os autores estrangeiros eu gosto muito de Carlos Ruiz Zafón, Lionel Shriver, Dostoiévski, Balzac, Edgar Allan Poe, Eça de Queiroz, Victor Hugor, Allen Ginsberg - , foram os primeiros autores que li, os amo.

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Você reconhece a influência de algum autor em seu livro?


A inspiração sempre nasce de algum autor. Acho que poderia responder que a influência é inevitável. Porque a gente naturalmente é influenciada pelo ambiente que estamos, pelas sensações do dia, seja pelos autores que admira e leu algum dia. Poderia cita Antônio Prata, Fabrício Carpinejar e Rubem Braga como meus grandes mestres e talvez Martha Medeiros. É importante distinguir a influência do estilo, há uma grande diferença entre eles. Reconheço que tenho estilo próprio.

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Como surgiu a ideia para seu livro "K Entre Nós"?


Acho que foi quando os leitores que me acompanhavam nas redes sociais e no jornal começaram a perguntar quando teria um livro de crônicas. Eu já tinha escrito um rascunho para um romance, mas, quando percebi que iria levar muito tempo, compreendi que era melhor trabalhar no "K Entre Nós". As crônicas que compõem o livro foram escritas para revistas e jornais. O surgimento do título do livro só veio depois que o livro estava quase pronto. A ideia veio do meu amigo jornalista e escritor Leandro Salgentelli, colunista do jornal Novo Dia/SP, quando ele leu todas as crônicas e disse que precisava de um título atraente. Depois que o livro estava diagramado mostrei para ele a crônica que traz o título "K Entre Nós" "Achamos! É este o título!" - disse ele. Por isso o livro possui o número ímpar de crônicas. São 61.

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Qual é a sua expectativa? Espera alguma reação específica dos leitores?


Não exatamente. O leitor procura alguma coisa com que ele possa se identificar, é claro. Não se pode negar isso. Porém, se parece difícil determinar que o escritor não ligue para o que os leitores pensam.
Mas espero que as pessoas se vejam representadas e consigam perceber que o cotidiano traz consigo pequenas delicadezas que passam despercebidas diante da correria da vida. Que possa perceber o que diz respeito a nossa natureza humana e nossa identidade cultural. O leitor pode esperar relatos sinceros do cotidiano, alguns tristes, outros engraçados… Assim como a vida é.

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6) Você é editor da Revista online Mklay, qual é o púbico alvo da revista?
A revista não tem apenas um público específico, ela abrange os mais variados públicos, incluindo o infantil. Mas é difícil saber qual desses públicos é o predominante.



Como é seu processo criativo? Para iniciar uma crônica, por exemplo, você parte de uma palavra? De uma imagem? De uma vivência? De acontecimentos?

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Meu processo criativo é caótico. Sou da época da cadernetinha. Eu anoto tudo, todas as ideias que tenho, algumas vezes nem uso. Quando estou sem um assunto para escrever, eu abro as cadernetas de anotações. A crônica pode nascer de qualquer coisa, mas sempre inicio com uma vivência pessoal ou relatos que ouvi de alguém próximo. Pode ser também a parti de uma frase ou imagem. Não me cobro tanto, às vezes escrevo qualquer besteira, o importante é cumprir os prazos dos jornais [risos] Quase sempre escrevo durante a noite. Minha rotina é a seguinte: acordo sempre depois das 10h da manhã, saio do banho, me arrumo como se eu fosse sair de casa, preparo meu café, abro o jornal ou revista (sou do impresso) e ali mesmo leio os primeiros noticiários. Ao longo do dia eu cuido da parte administrativa; respondo e-mails, assino contratos, atendo o telefone, recebo visitas, vou aos correios, ao cartório entre outras tarefas corriqueiras. Sempre que posso faço uma caminhada no final do dia, quando chego gosto de revisar o que escrevi no dia anterior. Mas sentar para escrever mesmo é somente à noite, entre 23h e 3h da manhã. Quando não estou fazendo nenhum projeto, a rotina é outra completamente diferente. A pior parte do ofício de escrever é a solidão.



Na sua opinião a internet incentiva a leitura de livros ou prejudica?

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Não. As pessoas fazem qualquer coisa na internet, quase nunca estão buscando algo para ler. No entanto, o leitor médio não ver problemas algum com relação à internet, pois usa desse meio para buscar textos mais acessíveis, mas, ao mesmo tempo, não sei se isso vai funcionar com todos no futuro. Mas pensando bem, acredito que o modelo pode formar novos leitores na medida em que ele perceber que não é mais importante desperdiçar tempo com frivolidades.



Em sua opinião, qual é o gênero literário que as pessoas mais compram nas livrarias?


Um infográfico feito pela Innovare mostra números que reafirmam o gosto dos brasileiros. Nas métricas da Innovare, o gênero de ficção aparece como o mais vendido, com 7,87% das vendas, e ele certamente abrange a maioria dos títulos infantojuvenis publicados. Portanto, é fácil listar alguns exemplos do reconhecido sucesso do segmento infantojuvenil e que podem ser consideradas, também, ficção e literatura estrangeira. São livros de séries como Harry Potter, Jogos Vorazes e Crepúsculo. O último lançamento da série de J.K. Rowling.  



Estamos iniciando 2019, quais são os seus planos literários para este ano?

Não naufragar. Tenho muitos compromissos este ano, muitas feiras literárias para ir, já estão confirmadas algumas sessões de autógrafos, palestras, bate-papos, entrevistas... porém meu grande objetivo literário para este ano é entregar um livro a pedido do editor Gonçalo Martins para a Editora Chiado, em Portugal. Espero conseguir concluir o livro (que não são crônicas) até o final do ano. Já o meu próximo livro de crônicas sai em novembro de 2019.


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