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Entrevista com José Feldman

20 jun 2018 às 11:32

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Nosso entrevistado é poeta José Feldman. Ele nasceu em São Paulo/SP, em 1954. Radicou-se no Paraná desde 1999, fixando-se em Maringá. Começou a escrever desde criança, participou de cursos de contos, poesias e trovas, dedicar-se com afinco às trovas desde a vinda ao Paraná, sendo premiado diversas vezes Criador de blog de literatura e revistas virtuais, pertence a várias academias de letras no Brasil e no exterior. Foi agraciado com diplomas e títulos de mérito cultural por seu trabalho em prol da literatura. Integrante da União Brasileira de Trovadores em Maringá e Arapongas, membro da Ordem Nacional dos Escritores, prefaciou livros de escritores curitibanos. Tem dois livros de trovas de sua autoria.


José Feldman
Quando começou a escrever?
Não recordo exatamente, mas comecei a escrever mais ou menos aos 8 anos de idade, na época eu escrevia historinhas baseadas em personagens em HQs. Poesias eu comecei lá pelos 12 anos de idade, quando tive que fazer uma cirurgia, no quarto de hospital, comecei a colocar o que sentia em versos livres.

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Quais são os livros que mais influenciaram seu estilo?
Monteiro Lobato, eu tinha todos os livros, um pouco de Machado de Assis, mas as maiores influências foram Edgar Allan Poe e Agatha Christie.

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Por que escolheu a trova como meio de expressão poética?
Nos anos 90, época que estava mergulhando de cabeça na literatura, fiz uma oficina de Trovas na Casa Mario de Andrade, em São Paulo, com o Magnífico Trovador Izo Goldman, e comecei a gostar da trova. Mas de certo modo, foi o próprio Izo que me influenciou, eu trabalhava na época próximo à casa dele, na Vila Mariana, em São Paulo, e comecei a frequentar a casa dele e ele falava com tanta emoção e tão inflamado sobre a trova, que acabou me cativando.

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Na sua opinião, quais são os melhores trovadores do Paraná?
Na minha modesta opinião, daqui de Maringá, Antonio Augusto de Assis, já ganhou centenas de prêmios no Brasil e exterior. De Curitiba, Orlando Woczikosky e de São Mateus do Sul, Gérson César Souza.


Nomeie 3 poetas brasileiros que na sua opinião mereceriam ganhar o Prêmio Nobel de Literatura.
Um prêmio desta magnitude não é fácil separar. No Brasil, ainda que não aparecem na mídia existem muitos poetas de quilate. Posso destacar Carolina Ramos, de Santos/SP, magnífica trovadora, poetisa e escritora, além da quantidade incontável de prêmios, uma batalhadora, que já na faixa dos 90 anos de idade continua viajando e participando de concursos e premiações. Do Rio de Janeiro, Luiz Gilberto de Barros (Luiz Poeta), um poeta de primeira linha, compositor e músico. E claro, não podemos esquecer do nosso querido Luís Fernando Veríssimo, deste nem há o que dizer. Já fala por si.

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Como você realiza a construção de suas trovas? Inicia com uma ideia, com uma palavra, com uma imagem?
A trova tem sempre um tema, uma palavra, e a partir daí começo a fazê-la. Geralmente me dá um clique e eu ponho no papel (isto é, no computador) e daí começo a monta-la, adequando-a à minha ideia original. As vezes alguém me cobra para falar sobre algo, um evento, etc., e daí sento e escrevo. Mas, tem vezes que não tem tema algum, já aconteceu de eu estar deitado à noite e de repente me pintar um verso na cabeça, assim do nada, e a partir dele desenvolvo a trova. Geralmente é coisa de meia hora no máximo, e às vezes flui e sai quase inteira.


Você organizou e dirigiu algumas revistas virtuais de literatura, como avaliaria a resposta dos poetas e dos leitores?
Na verdade há cerca de 10 anos eu possuo o blog http://singrandohorizontes.blogspot.com.br, com mais de 10 mil postagens, quase que diárias, e achei que era pouco, pois atingia poucas pessoas, só quem navegava na internet e mesmo assim, com indicação, daí criei uma revista virtual, a princípio o Boletim Singrando Horizontes, que depois virou Voo da Gralha Azul (isso foi em 2011) com poesias, contos, crônicas, folclore, enfim, literatura na acepção da palavra. Chegava a quase 200 páginas. Mas daí, além do trabalho enorme que era montar isto sozinho e o pouco retorno que tive, as pessoas parecem estar mais preguiçosas para ler, eu criei em 2014 o Chuva de Versos, que eram diversos tipos de gêneros poéticos, hinos municipais, letra de canções antigas, trovas, poetrix, etc. Antes de eu parar por problemas de saúde foram 479 números, distribuídos por email para cerca de 500 escritores, poetas, leitores além de disposto para download em alguns sítios na internet. É um trabalho prazeroso que me rendeu além de retornos favoráveis, premiações pelo trabalho em diversas entidades culturais do Brasil, como a Academia de Letras do Brasil, seccional Suíça, localizado em Berna, União Brasileira dos Trovadores, Rotary Club de Taubaté, e muitos outros.
Pelo retorno que tive dos leitores, literatos ou não, foram muito apreciados, pois puderam tomar conhecimento de novos escritores que desconheciam ou mesmo relembrar alguns que haviam esquecido. Muitos poetas enviaram-me seus versos por email e mesmo seus livros por correio, os quais não ficam criando teias de aranhas na estante, são bem aproveitados para divulgação, muitos deles sendo procurados por seus versos por outros leitores. É uma atividade gratificante.


Poderia dar uma orientação ou conselho para os poetas iniciantes?
Nunca desistam, sempre insistam em escrever. Pode parecer bobo os versos, mas ponha no papel, e mais tarde comece a amadurecer os versos. Mas, principalmente, leia outros poetas famosos ou não e tente perceber como montaram as poesias. Qual sentimento está carregado neles. A poesia pura é aquela que carrega você, que te faz sonhar ou te emociona, ou te revolta.

Fale dos projetos para 2018.
Estou verificando para lançar um concurso de trovas junto à Delegacia de Arapongas da UBT, e estudando para lançar um concurso pelo meu blog, afinal, 10 anos no ar, com cerca de 450 pessoas entre assinantes e seguidores, mais de 1 milhão e meio de leitores, para que possam participar com seus versos. O Blog sempre de vento em popa, e quem sabe, se a saúde permitir, retomar uma revista virtual.


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