O assunto da entrevista é a Cultura da Paz. Nosso amigo, Dhiogo J. Caetano enviou essa entrevista pelo e-mail.
Alexandre Sorriso é publicitário de formação, contador de histórias por paixão... Do filme ao vídeo, há 26 anos na estrada buscando e ouvindo experiências...
. Em sua opinião, o que é cultura?
Cultura é tudo o que nos traz algum tipo de informação ou conhecimento novo, que nos faz refletir e questionar, que nos emociona, que nos tira da inércia...
. Você se considera um difusor cultural? Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?
Na posição de contador de histórias talvez seja sim um difusor cultural com uma oportunidade privilegiada de conhecer pessoas com as mais diversas experiências e conhecimentos. Mas penso que qualquer pessoa, independentemente de suas raízes, profissão e credo, que passe à frente suas próprias experiências e conhecimento é, de alguma maneira, um difusor cultural.
. Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?
O brasileiro é um administrador de experiências nato! Emoção pura, sangue quente... Aceita o diferente com incrível generosidade... A mistura de povos na nossa sociedade sempre será um diferencial difícil de ser igualado... Do caipira ao gringo, todos querem ser brasileiros... E todos são!
. Que problemática você destaca na prática da difusão cultural?
Penso que em toda sociedade há talentos que jamais serão descobertos... Seja no esporte, nas exatas, nas humanas, há fatores que dependem no meu ver de uma certa conspiração do Universo... O problema não é a dificuldade em difundir o que se conhece em algum pedaço de sociedade, mas minimizar essa quantidade de seres brilhantes que não conseguem ultrapassar a escuridão... A falta de oportunidade é muitas vezes o maior muro entre a luz e a falta dela.
. Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural.
Uma ferramenta mal usada como tantas outras, mas com incrível poder de multiplicação... A dúvida é como filtrar tanta boçalidade, banalidade e egoísmo e deixar respirar o que realmente importa. Somos uma sociedade carente ao extremo, mal formada educacionalmente, sem acesso a estruturas básicas de sobrevivência... Domar o universo digital seria o primeiro passo para uma evolução cultural realmente significante, mas cada vez mais acho essa bestificação em massa difícil de reverter... Poucos são os que conseguem ter o privilégio de ter acesso a somente o que os interessa e multiplicar positivamente suas experiências nesse mundo globalizado... Penso que continuaremos a conviver com a sorte e o azar nas nossas escolhas, independente se estamos mais ou menos conectados... Mudou a velocidade, a acessibilidade e até o tamanho do dispositivo, mas não a mente de quem está na frente da tela...
. Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?
Que continuemos fazendo e acreditando. E fazendo mais o que acreditamos... E acreditando mais no que fazemos...
Entrevista de Dhiogo J. Caetano