a primeira vez que
tive medo, fiz silêncio
por achar o amor, dito,
feito fora de palavras.
me enganei, vejo de
um rei, em real
semilunar equívoco
o despedaçar do
reino, num meio verso
(pouco amigo), tal
adversa cantata, desfiar
assombroso kyrie
eleison. ali, de
irmãs apartada
fazem à deserdada,
outros , o coro.
maior é o medo
segundo, terceiro.
o próximo vem
e dura, escorre ao
ralo, molhado fio
de cabelo. não me
me sinto segura,
exilada, minha
mão quer que eu,
felonia asa, voe ,
voe, a usurpar
confessionários
deliberados olheiros
de padres comprados.
ao longo da tragédia,
condenada, o tenho
lear perdoado, e
comando, (recompensa),
no eterno –ironia – e
zelo, teu canto mudo,
do louco alijado do mundo.
Rose Calza
Rose Calza estudou Comunicação e Semiótica na instituição de ensino PUC - SP, e estudos de Literatura Comparada na instituição de ensino Université du Provence- Aix/Marseille- France. Livre Docente, HDR, France; Doutora em Comunicação e Semiótica, PUC- SP; Roteirista ( TN), TV Globo.