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A passagem - Poema de Luiz Carlos Brizola

04 jun 2018 às 08:11

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Passando algumas semanas de sua passagem
Ficou rondando nas proximidades pensativo
Pois a morte foi trágica e instantânea
Mas sua alma parecia sentir um certo calafrio

Foi ao cemitério visitar a sua cova
Sentou ao lado e começou a observar
Observou seu corpo inerte e pálido
Notou alguns vermos se alvoroçar

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Ficou ali por alguns minutos pensativo
E em seguida, começou a se questionar
Quanto tempo para ele na vida perdido
Nem percebendo, algumas lágrimas no rosto começando a rolar

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Muitas vezes deixava sua mesquinhes, agir ativamente
O orgulho nele freneticamente permanecia
A vaidade dificilmente o largava
E ele ali aos poucos, se absolvia

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Ali com seus pensamentos vazios
Notou que alguém sentou ao seu lado
Com uma vestimenta luminosa
Para fazer um convite, para esta alma maltratada


Disse-lhe com uma voz suave
Vim aqui para te buscar, com um olhar contido
Algumas coisas sofreu e aprendeu na terra
Agora vamos embora para o infinito


Pegando-lhes suavemente pelas mãos
Estampando um grande sorriso
Subiram suavemente para uma outra dimensão
Com a noite levemente caindo.

Luiz Carlos Brizola


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