De 1959 para cá, os cidadãos de Cuba que tentam fugir do paraíso socialista para o inferno capitalista (utilizem a tecla SAP de ironia, por favor) são chamados pelo regime de "gusanos". Para quem quiser ter uma noção sobre como é a vida de um gusano, sugiro a leitura de dois livros: "Filho da Revolução", de Luis Manuel Garcia, e "Antes que Anoiteça", de Reinaldo Arenas. Só para começar.
Ontem eu tive a honra de ser chamado de gusano em português. Para quem não sabe, verme. Sim, uma indignada militante feminista, suposta ex-aluna da USP, chamou-me de "verme" porque escrevi contra a doutrinação ideológica nas escolas. Receber tal xingamento é a prova de que estou no caminho certo. Na minha coluna do último sábado texto mais lido no ranking da Folha naquele dia , afirmei que uma minoria militante quer transformar as escolas brasileiras em campos de concentração mental. Nada mais natural, para a militante Maria Dolores Zetkin, do que se referir a um adversário ideológico utilizando um termo de guarda de campo de concentração. "Verme" é como os prisioneiros eram chamados nos campos comunistas e nazistas afinal, inimigos da esquerda merecem ser "extirpados da face da Terra", no dizer de Saul Alinsky, guru de Hillary Clinton. Por sinal, Zetkin tem toda pinta de ser um pseudônimo, a não ser que a militante seja descendente de Clara Zetkin, militante comunista agraciada com a Ordem de Lênin em 1932, já na ditadura de Stálin. Por sinal, o caixão de Clara Zetkin foi carregado pelos camaradas Stálin, Molotov, Voroshilov e Ordjonikdze tudo gente boa. Alguém que se apresenta como Dolores Zetkin é mais ou menos como se eu assinasse Antônio Fidel Dzerzhinsky. Ou Paulo Guevara Alinsky. Não me espanto que os militantes escolares estejam desesperados e pedindo a minha cabeça a cada quatro palavras. A crônica "Seu filho corre perigo", tanto na Folha quanto no Bonde (onde saiu com o título "A esquerda quer doutrinar nossos filhos"), esteve entre os meus textos mais lidos no jornal até hoje, perdendo apenas para o perfil do delegado Gerson Machado, pai da Lava Jato. Alguns Zetkins atacam o colunista, mas em número incomparavelmente os leitores compartilham e recomendam o texto. Professores, estudantes e pais de família sérios ainda são a grande maioria, e não aceitam a doutrinação ideológica nas escolas. Aliás, doutrinação é um termo muito fraco: o que existe hoje é um projeto de engenharia social à custa da saúde mental de nossos filhos. Quando a verdade vem à tona, o militante esquerdista vai à loucura. Nem sequer uma celebridade acadêmica como Marilena Chauí consegue manter a linha: acaba dizendo que Sérgio Moro é um "agente do FBI" e por aí abaixo. Ela conseguiu ser pior do que seu companheiro Sibá Machado, que pelo menos delirou citando o órgão correto, a CIA. Daqui a pouco Sibá vai dar aula na USP.
Essa turma precisa urgentemente carpir uma data. Ou para usar o gênero neutro, como eles gostam carpir uma datx. É ridículx.