Tudo bem que ele é vereador, e não um político de grande importância no contexto nacional. Mas exerce um cargo público, está lá, votando, nos representando.
Está no primeiro mandato, recém-eleito, aprendendo os meandros da coisa. Talvez por isso ainda não tenha aprendido a mentir direito, como os políticos fazem, escolhendo bem as palavras, construindo sua imagem e escondendo o que não deve ser dito.
Por isso a sinceridade dele impressiona.
Falo do Julião da Caveira, o Julio Sobota, vereador do PSC em Curitiba, e líder da Torcida Organizada do Atlético, a Fanáticos.
O cara era segurança antes de virar vereador. Tem um background e tanto.
E o que mais impressiona é a honestidade - quase ingênua, diria - com que responde perguntas, tanto pessoais quanto sobre política e trabalho.
Por exemplo - ele me disse, com todas as letras, que o plenário da Câmara Municipal é uma "zona".
O pior é que ele tem razão. Os vereadores ficam tagarelando e não prestam atenção enquanto o colega fala na tribuna. Igualzinho no Congresso.
Ele conta dos tiros que levou, da amizade com Doático, Ratinho Jr, e outros babados.
Entrega que o plano de mudar de nome - foi eleito Da Caveira e mudou para Sobota, seu verdadeiro sobrenome na Câmara - não partiu dele e sim da assessoria de imprensa, que tascou a mudança praticamente sem consultá-lo, e supostamente para dar ao novo vereador um ar mais sério, desvinculando-o da imagem de líder de torcida de futebol.
A entrevista que fiz com ele foi para a seção "Seis Perguntas" da coluna Lado B da semana passada.
Acabou ficando enorme, com muito mais que seis perguntas, e foi editada para caber na página. Aqui, abaixo, publico a versão integral.
Divirtam-se. Aos colegas jornalistas, sugiro entrevistas com essa figura. Impressionante.